Relato de uma mãe de prematuro – Larissa Nunes
“No dia que descobri que estava esperando uma menina, eu estava com 20 semanas de gestação, também descobri que está com dilatação bem avançada. Saí da clínica e fui direto para a maternidade fazer um procedimento chamado cerclagem. Essa mini cirurgia é para costurar o colo do útero e evitar o aborto espontâneo. Porém o ideal é que se faça até a décima sexta semana. Como já estava com 20 semanas, a médica explicou todos os riscos que corríamos, inclusive o de estourar a bolsa no momento da cirurgia. Mas graças a Deus a cirurgia foi um sucesso, porém precisei ficar de repouso absoluto.
Eu só levantava da cama para ir ao banheiro. Até minhas refeições eu fazia deitada, mas continuei lutando pela vida da minha filha. Eu tomava banho dia sim, dia não. Até que duas semanas após a cerclagem, começaram as contrações. E com 24 semanas e três dias minha filha nasceu. Naquele momento, eu e meu marido apenas comemoramos a vida dela!
No momento do parto, uma cesárea de emergência, ele estava ao meu lado quando ouvimos um chorinho abafado… respiramos aliviados, pois ela estava viva. Quando a vi, já estava entubada, envolvida num plástico e dentro da incubadora.
Anna Victoria nasceu com 665 gramas e 28 centímetros. Foram 76 dias de uti neonatal. Dois meses e meio que vivemos todas as emoções possíveis. Medo, incertezas, alegria, amor, muito amor. Como voltei a trabalhar e meu marido também, íamos ao hospital duas vezes ao dia. Pela manhã e à noite. Cada vez que entrávamos na maternidade, um frio na barriga surgia, pois não sabíamos o que os médicos iriam falar sobre os exames, sobre o desenvolvimento dela, ganho de peso, possíveis problemas no pulmão, n visão, no coração, etc. Anna Victoria passou por transfusões de sangue, acompanhamento com neurologista, devido a duas veias com vazamento no cérebro, exames de vista para monitorar o desenvolvimento da retina. Foram muitos cangurus, leitura de histórias infantis, músicas e orações que fazíamos em volta da incubadora para incentivá-la a lutar pela vida.
Durante essa jornada, sempre seguimos positivos e com muita fé de que no final tudo ficaria bem. Essa experiência nos fez amadurecer e nos ensinou amar ao próximo, ter compaixão, dar valor ao que realmente vale a pena. Ela nos ensinou a amar infinitamente. Nove meses depois, nossa pequena está perfeita. Com muita saúde e alegrando meu primeiro dia das mães com ela em meus braços.
Gravidez natural tripla: uma chance em 200 milhões – Kerelin Nantes
“Desde que as trigêmeas Alana, Brenda e Claire voltaram para casa depois de ficarem 16 dias na UTI neonatal, não sei mais o que é ter mais que duas horas inteiras de sono por noite. Elas nasceram no dia 11 de março em um hospital de New York. Tenho outra filha, hoje com um ano e oito meses, e no ano passado eu e meu marido resolvemos tentar mais um filho, para ‘fechar a fábrica’.
Depois de constatar que estava grávida e ir até o hospital fazer a primeira consulta pré-natal, levei um susto ao ver três coraçõezinhos batendo. A enfermeira saiu da sala para chamar o médico e cinco especialistas entraram na sala de uma vez. Fiquei apavorada e rezando para que eu tivesse visto algo errado e que só tinha um coração batendo. Mas não, eram três. Fiquei em choque.
Os médicos foram muito atenciosos e explicaram que se tratava de uma gravidez muito rara – um caso a cada 200 milhões – e de alto risco. Apesar disso, resolvemos levar adiante a gravidez. Não fiz nenhum tratamento para engravidar e só tenho um caso de gêmeos na família, um tio avô. Nunca esperei que fosse ter gêmeos na minha vida e tive três de uma vez e idênticas, tão idênticas que tive que pintar uma das unhas de cada uma para identificá-las. Hoje tenho quatro bebês em casa (contando com a mais velha), não tenho tempo para mim, mas conto com a ajuda da minha mãe e de outras pessoas e nossa vida está cheia de alegria. As meninas são lindas e cheias de saúde”.
Luna tem uma condição rara: nevo melanocítico congênito – Carolina Fenner
“Minha gravidez não foi nada fácil. Tenho diabetes tipo 1 e fui diagnosticada com um tumor benigno no fígado, os médicos disseram que a minha possibilidade de engravidar seria mínima. Contra todas as previsões médicas, engravidei, ficou de repouso e, depois de 48 horas em trabalho de parto, dei à luz Luna Tavares Fenner, no dia 7 de março. Luna nasceu com uma condição muito rara, que afeta cerca de 1% dos recém-nascidos, chamada nevo melanocítico congênito. Foi um grande susto, no primeiro momento não quis ver minha filha. Minha mãe acabou me convencendo. A partir daí, passei a pesquisar tudo que existe sobre o assunto.
Ninguém na minha família e nem do pai da Luna tem a condição. Na maioria dos casos, a criança portadora dessa condição pode ter uma vida normal, mas no caso de Luna, devido à extensão da mancha, ela pode desenvolver futuramente um câncer de pele. Passado o choque inicial, passei a buscar ajuda e soluções para o problema da minha filha. Pesquisei muito e descobri que existem algumas opções para a remoção do nevo. O caminho é longo e árduo, mas optamos por fazer as cirurgias necessárias porque sabemos que além do sofrimento com preconceito e bullying, existe a possibilidade que ela tenha câncer.
Luna é linda, um bebê tranquilo e quase não dá trabalho. Ela mama e dorme. É muito boazinha, não tenho do que reclamar.