DA REDAÇÃO, com Folha de S.Paulo – Cada vez mais distanciada do presidente Barack Obama, a pré-candidata Hillary Clinton deve reforçar críticas ao atual governo americano no primeiro debate entre pré-candidatos à presidência pelo partido democrata, que será transmitido pela rede de TV CNN nesta terça-feira (13) às 8:30pm (no horário da costa leste).
A ex-secretária de Estado criticou o Tratado Transpacífico -acordo comercial firmado entre Estados Unidos e 11 nações-, medida que ela endossou quando estava no governo Obama, entre 2009 e 2013. Para a pré-candidata, o tratado não protege o mercado de trabalho americano. Já em 2012, ela disse que o tratado estabeleceria trocas “justas, transparentes e livres”.
Após o anúncio da conclusão do TTP pela Casa Branca, Hillary disse que ainda estudava detalhes, “inclusive os relacionados à manipulação do câmbio, o que mata empregos americanos”. No entanto, declarou, “com base no que sei até agora, não posso apoiar esse acordo”.
Toma lá da cá
Poucos dias depois, Obama criticou o uso por Hillary uma conta de e-mail pessoal para assuntos oficiais enquanto estava no governo. “Quando ocupamos esses cargos, temos que ter todo o cuidado ao lidar com informações e com os nossos dados pessoais. E, você sabe, ela cometeu um erro. Ela reconheceu”, disse no programa “60 Minutes”, da CBS.
A crítica de Hillary ao TTP é interpretada como um aceno aos eleitores mais à esquerda do Partido Democrata, numa tentativa de fazer frente ao seu principal adversário até agora. O senador Bernie Sanders, pré-candidato com ideais socialistas, superou expectativas com seus atuais 25,4% de intenção de votos, segundo a média de pesquisas apurada pelo site “Real Clear Politics”.
Hillary tem 42%, em trajetória de queda desde julho.
Em terceiro, figura o vice-presidente Joe Biden, que ainda não se lançou oficialmente, mas aparece com 18,6%. A CNN informou que, devido à pontuação, disponibilizaria um lugar para ele no debate de terça.