O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil precisa buscar maior integração com o mundo e apontou possíveis caminhos para uma nova atuação no cenário mundial, como as negociações em torno de uma área de livre comércio com a China, um dos principais parceiros comerciais do país. As declarações foram feitas durante a abertura do seminário NDB e o Brasil: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília. O NBD é o banco de desenvolvimento do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com informações da Agência Brasil.
“Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de ‘free trade’ (livre comércio) ao mesmo tempo que falamos sobre entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico”, disse o ministro. Guedes evitou detalhar as tratativas com o governo chinês, mas, destacou o crescente volume de trocas comerciais registradas nos últimos anos entre os dois países. “O fluxo de comércio com a China era de $2 bilhões mais ou menos na virada do século. Hoje estamos negociando $100 bilhões. É o nosso mais importante parceiro comercial”, disse.
O ministro ainda citou as relações com a Índia, considerada “um gigante da economia global”, que ainda revelam fluxo pequeno de comércio com o Brasil. “Com a China estamos bastante próximos nessa dimensão de comércio. Já na Índia, estamos distantes. Nosso fluxo é $3 ou $4 bilhões”, disse.
Para Guedes, o Brasil deve seguir exemplos de integração de países da Europa e da Ásia que têm elevado o “padrão de vida” das populações. “Os chineses, indianos, malásios, filipinos, está todo mundo subindo o padrão de vida. Enquanto isso, do lado de cá, particularmente a América Latina, o Mercosul, fez o contrário: cabeça de avestruz, enfiamos a cabeça no chão. Ficamos fechados. Nosso padrão de vida está piorando”, afirmou.
Durante o seminário sobre o NDB, Guedes defendeu que a mudança de postura do Brasil ocorra na área comercial, de investimentos e de desenvolvimento de tecnologias do mundo digital. Segundo o ministro, o Brasil ficou isolado por 40 anos e, agora, o governo pretende agilizar a abertura da economia.