Ativistas exigem ação de presidente
Barack Obama foi cobrado fortemente pelos ativistas na Califórnia
da redação com ap — Frustrados com a falta de ação os republicanos da Câmara de Deputados em resolver a questão imigratória, ativistas estão exigindo que o presidente Barack Obama use seus poderes como chefe do executivo para parar as deportações ou garantir algum tipo de alívio para os 11 milhões de imigrantes que vivem aqui ilegalmente.
O governo também alterou as regras para os imigrantes de países do Visa Waiver Program, pessoas que chegaram nos EUA legalmente mas ficaram mais do que os 90 dias permitidos pelo programa. Agora, pessoas de 37 países, a maioria da Europa, que estão no programa e são parentes imediatos de cidadãos americanos podem solicitar sua permanência nos EUA legalmente.
Esta ação contrasta com as ações do Departamento de Segurança Interna (DHS) de Obama, que deportou um recorde de 1.47 milhão de pessoas durante os quase cinco anos de mandato, de acordo com dados internos do ICE, braço policial do Serviço de Imigração. A presença do presidente durante eventos na Califórnia esta semana foi marcada por insatisfação com o presidente democrata, não apenas com a parada da reforma imigratória como também com as políticas do governo.
“Pare as deportações! Pare as deportações!”, gritavam membros na plateia para Obama durante um discurso em San Francisco que foi interrompido por um jovem que contou estar separado de sua família há 19 meses.
“Ordem executiva” foi o grito de guerra num evento para arrecadação de fundos para o Partido Democrata. Obama, ex-professor de lei constitucional, respondeu às críticas com uma breve aula sobre as regras da nação.
“Se, de fato, eu pudesse resolver todos estes problemas sem que as leis passassem pelo Congresso, teria feito”, Obama disse ao grupo. “Mas também somos uma nação de leis. Isto faz parte de nossa tradição. Então a maneira fácil é gritar e pretender que eu posso fazer alguma coisa violando nossas leis.”
Republicanos são empecilhos
Os líderes republicanos da Câmara rejeitaram o projeto de lei abrangente do Senado, que foi aprovado por votação bipartidária em junho. A medida forneceria novos vistos e autorizações de trabalho e bilhões de dólares para segurança na fronteira, juntamente com um caminho à cidadania para milhões.
Projetos de lei isolados do Comitê Judiciário da Câmara têm-se arrastado por meses, e os líderes sinalizaram ser improvável a votação nas últimas sessões legislativas deste ano, embora Obama recentemente defendeu a votação. As previsões dão indícios de que a aprovação da lei de imigração em 2014, com as eleições para o Congresso se aproximando, são escassas, apesar de servir como instrumento político para o GOP.
Grupos de ativistas têm aumentado a pressão sobre Obama para que ele aja, enquanto mantêm a coerção sobre os republicanos da Câmara com protestos e atos de desobediência civil.
‘Republicanos nos deixam furiosos’, diz Sharry
“Os republicanos da Câmara nos deixam furiosos, e uma lei é a solução permanente, e estamos lutando por isto. Mas isto não exime Obama”, disse Frank Sharry, diretor executivo da America’s Voice, um grupo pró-imigrante. “Ele continua a ser o presidente que preside o recorde de deportações.”
O que irrita os grupos ativistas é que muitos dos deportados são imigrantes que podriam qualificar-se para o status legal ou mesmo para a cidadania, de acordo com a lei aprovada no Senado.
As organizações argumentam que Obama poderiam expandir sua Deferred Action, que lidou com algumas crianças trazidas para cá ilegalmente por seus pais. Ele também poderia adiar as ações contra trabalhadores que ajudaram na acusação de empregadores que quebraram a lei ou de imigrantes que não representam uma ameaça à segurança nacional.
“O presidente tem a autoridade e a capacidade para aliviar a crise enquanto o processo legislativo continua”, comentou Ana Avendano, diretor de imigração e ação comunitária da AFL-CIO.
Os ativistas apontam um memorando de junho de 2011 do ICE que fornecia orientações para que fossem usadas ações discricionais no cumprimento das leis de imigração.
A discrição seria aplicada para uma série de etapas que poderiam ser levadas em conta no cumprimento das leis, tais como decidir quem parar e prender, ou quem liberar.
Os ativistas argumentam que o memorando do ICE dava aos agentes, policiais e advogados flexibilidade na perseguição de imigrantes que estavam vivendo aqui ilegalmente, com a prioridade dada aos criminosos. Mas o governo Obama, dizem eles, continua a seguir a política de rigorosa de deportações.
Cerca de 370,000 pessoas foram removidas no ano passado, menos do que os 409,000 deportados no ano anterior. O DHS decide quem são estas pessoas.
Viajando com Obama pela Califórnia, um porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, não descartou algum tipo de ação executiva. Esta possibilidade irrita os republicanos que apontam para as mudanças unilaterais de Obama na lei de cuidado com a saúde, como os atrasos em alguns requisitos e nos prazos de inscrição.