Uma coalizão de grupos globais de defesa do consumidor enviou na quarta-feira (21) cartas a seus respectivos governos pedindo aos EUA e à União Europeia que desenvolvam regulamentos para tecnologias de inteligência artificial (IA) generativas que alimentam ferramentas como o ChatGPT.
O Transatlantic Consumer Dialogue (TACD), união de grupos de consumidores na Europa e na América do Norte, enviou uma carta ao presidente Joe Biden expressando preocupação com o desenvolvimento e a implantação da IA generativa. Segundo eles, a tecnologia é capaz de ultrapassar ações legislativas e regulatórias, deixando os consumidores desprotegidos. “Embora esses sistemas sejam apresentados como úteis, economizando tempo, custos e trabalho, estamos preocupados com as sérias desvantagens e danos que eles podem causar”, disse o grupo.
O TACD observou que os sistemas generativos de IA são “incentivados a captar o máximo de dados possível para treinar os modelos de IA, levando à inclusão de dados pessoais que podem ser impossíveis de remover do sistema uma vez que os conjuntos tenham sido estabelecidos e as ferramentas treinadas”.
A carta expressou preocupação sobre conteúdos tendenciosos, discriminatórios ou de desinformação; quando usados para treinar um sistema de IA, o conteúdo pode ser disseminado mais amplamente. O documento alerta também sobre grandes empresas ganhando participação de mercado monopolista no espaço de IA e observou que a execução de ferramentas de IA “requer enormes quantidades de água e eletricidade, levando a maiores emissões de carbono”.
O TACD pediu ao governo Biden que não apenas faça cumprir as leis existentes aplicáveis ao espaço generativo de IA, mas também implemente novos regulamentos que obriguem empresas e outras entidades que desenvolvem ferramentas de inteligência artificial a “cumprir obrigações transparentes e passíveis de revisão”.
A Organização Europeia do Consumidor (BEUC) – uma coalizão de organizações de consumidores de 13 países da UE – também escreveu à UE na terça-feira (20) após a divulgação de um relatório de um de seus grupos membros da Noruega. Esta semana, o Parlamento Europeu aprovou uma versão preliminar de sua Lei de IA que será usada como uma estrutura de negociação com a Comissão Europeia e o Conselho da UE para eventualmente desenvolver a legislação final. O processo pode levar dois anos até que um acordo final seja alcançado e as regras da IA entrem em vigor.
*com informações da Fox Business