O U.S Justice Department anunciou que está processando o Facebook por discriminação no recrutamento de trabalhadores.
Segundo o órgão, a empresa reservou mais de 2,6 mil vagas de empregos com salários de até $ 156 mil por ano para imigrantes com vistos H-1B -para trabalhadores qualificados- desconsiderando os americanos.
O Assistant Attorney General, Eric S. Dreiband, disse em comunicado nesta quinta-feira (3) que a medida constitui uma “violação a lei”.
“Nossa mensagem é clara: se as empresas negarem oportunidades de emprego preferindo ilegalmente os titulares de vistos temporários, o Justice Department os responsabilizará (…) Você não pode ilegalmente preferir recrutar, considerar ou contratar titulares de vistos temporários em vez de trabalhadores nacionais dos EUA”, disse.
A ação, segundo Dreiband, foi movida após dois anos de investigação das rotinas de contratação do Facebook. Durante o período, eles teriam concluído que o Facebook contratou um candidato nascido nos EUA para cada 99 estrangeiros.
A reclamação acontece em meio a uma série de ataques feitos pelo governo Trump aos portadores dos visto H-1B e às empresas de tecnologia que importam a maioria da sua mão-de-obra especializada.
Em junho deste ano, Trump suspendeu até o fim de 2020 a autorização de entrada nos EUA dos estrangeiros com vistos H-1B e L1 que estivessem em seus países de origem devido à pandemia.
Gigantes da tecnologia como Google, Facebook, Amazon e Apple reagiram com processo contra o governo americano, alegando que a restrição de entrada desses trabalhadores prejudicaria os negócios e impactaria a economia do país.
Em outubro, o Department of Homeland and Security (DHS) emitiu regras aumentando as exigências para que um trabalhador seja considerado “especializado” , criando várias outras barreiras pra a concessão dos vistos, incluindo a diminuição da cota anual de emissão autorizada pelo Congresso de 85 mil por ano fiscal para 60 mil.
Em resposta a ação recente movida contra Facebook, Andy Stone, porta-voz da empresa, disse: “O Facebook tem cooperado com o U.S Justice Department em sua análise da questão. Contestamos as alegações do processo, mas não podemos comentar mais sobre litígios pendentes”.