O procurador geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, anunciou, na manhã desta terça-feira (5), o fim do Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), o programa assinado pelo ex-presidente Obama que protege da deportação pelo menos 800 mil imigrantes indocumentados que chegaram ainda crianças aos Estados Unidos.
Em seu pronunciamento, Sessions afirmou que o programa criado por Obama é inconstitucional e que o Departamento de Homeland Security já vai cancelar o memorando que poupa de deportação esses jovens. Os beneficiários do DACA, também conhecido como “Dreamers”, concede social security e autorização de trabalho para esses jovens.
“Estou aqui hoje para anunciar que o programa conhecido como DACA, que foi firmado sob a administração de Barack Obama, está sendo rescindido” anunciou Sessions, em entrevista coletiva.
Bola na mão do Congresso
Segundo Sessions, nenhum beneficiário do programa vai ser afetado antes de 5 de março de 2018, o que dá ao Congresso – a única instituição com poder para modificar o sistema migratório – um prazo de seis meses para tentar preservar as garantias do programa.
“Como temos um sistema legal de imigração que atende ao interesse nacional, não podemos admitir todos os que gostariam de vir para cá. É simples assim. Essa seria uma política de fronteira aberta e o povo americano já rejeitou isso”, justificou Sessions.
O programa foi aprovado por Obama por meio de um decreto em 2012, como uma solução emergencial depois que o Congresso não aprovou uma reforma imigratória.
De acordo com as organizações Centro para o Progresso Americano e FWD, cerca de 1.400 pessoas vão perder, diariamente, autorização legal para trabalhar nos EUA, na medida em que as autoridades migratórias pararem de processar novas solicitações.
Segundo dados divulgados pela emissora americana CNN, cerca de 300 mil pessoas podem cair na ilegalidade em 2018, caso o Congresso não atue para preservar as garantias do programa, e mais de 320 mil pessoas podem se tornar ilegais entre janeiro e agosto de 2019. (Com informações da Reuters)