A Suíça decide em plebiscito uma medida econômica inédita neste domingo (5). A população de 8 milhões do país europeu vai dizer nas urnas se aceita ou não receber uma pensão mensal para cada cidadão, ou residente legal, no valor de $2.600 dólares, livres de impostos. E mais $650 para cada criança.
O pagamento será feito para todos, independente se a pessoa trabalha ou não, se é rica ou pobre. Um benefício que poucos países do mundo podem se dar ao luxo de oferecer, mas que não é nada demais em se tratando da Suíça, onde a renda per capita é de cerca de $85.000, ou 40% maior que nos Estados Unidos.
A ideia de uma renda incondicional para os cidadãos não é novidade. Ela vem sendo debatida em várias cidades de países ricos, como Holanda, Finlândia, Canadá e Nova Zelândia. Mas a Suíça é o primeiro país a votar a proposta em nível federal garantindo uma renda para os cidadãos.
As pesquisas mais recentes mostram que a proposta provavelmente não passará, embora os seus apoiadores afirmem que ela tem ganhado fôlego nas últimas semanas.
A iniciativa foi posta a plebiscito por um grupo de artistas escritores e intelectuais, que se aproveitaram do sistema democrático suíço, onde qualquer coisa pode ser levada a plebiscito se conseguir 100 mil assinaturas para tal.
Embora os salários na Suíça sejam dos mais altos do mundo, os apoiadores dizem que o rendimento extra vai proporcionar uma redução nas horas de trabalho sem afetar o nível de vida do cidadão.
“Produzimos três vezes mais do que podemos consumir. Por que não tornar essa riqueza acessível para todos?”, diz o porta-voz do movimento pela distribuição, Che Wagner, em entrevista à BBC Brasil.