O governo americano estuda a possibilidade de aumentar as taxas para obtenção do visto de estudante F-1. Ainda não há data para que o valor entre em vigor. A nova taxa deve ajudar a suprir as necessidades administrativas do Student and Exchange Visitor Program (SEVP), órgão federal responsável pelo controle das escolas credenciadas e pela administração de dados dos estudantes estrangeiros.
As taxas estavam congeladas desde 2008. O SEVP é mantido somente com as taxas impostas às escolas e estudantes internacionais. Segundo o governo, há uma defasagem de pessoal e uma necessidade de investir na investigação de fraudes cometidas por escolas.
A nova medida ainda não está em vigor, e o governo abriu espaço em seu website para que o público comente sobre o assunto. A data limite para recebimento de críticas e sugestões encerra-se no dia 17 de setembro. Os interessados devem procurar o website https://www.regulations.gov/ para obter informações de como enviar sugestões para o governo.
Novos valores
A proposta solicita que as escolas passem a pagar $3 mil dólares para sua certificação, o valor anterior era de $1700 dólares. A novidade é uma nova taxa para as escolas que precisam ser recertificadas, agora elas teriam que pagar pelo processo, o valor estudado é de $1250 dólares, em caso de apelação de processos negados, a escola teria que pagar $675 pelo formulário I290B.
O preço da inspeção da escola continua o mesmo, $655 dólares.
Os formulários I-901 para vistos F e M, usados por estudantes estrangeiros, passaria de $200 para $350 dólares. Enquanto isso, o mesmo formulário I-901 para vistos J, passaria de $180 para $220.
A taxa de $35 para o formulário I-901 para o visto J usado por au pairs, camp counselors e trabalho de verão será mantida.
Participação
A possibilidade de deixar comentários, sugestões e críticas é uma ótima oportunidade para os estudantes e futuros estudantes estrangeiros solicitarem do governo mais oportunidades para os estudantes estrangeiros. Os portadores do visto F1 só podem trabalhar durante as férias e no campus da universidade. A outra opção é solicitar um OPT (Optional Practical Training) quando terminarem o curso superior.
Os alunos em curso de inglês, com o visto F1, não tem autorização para exercer atividade remunerada nos EUA. “Se o estudante pudesse trabalhar pelo menos 20h por semana seria um atrativo muito grande para que a gente viesse para os EUA. Ajudaria no orçamento e a praticar a língua no dia a dia”, disse a estudante Marcela Monteiro, do Pernambuco.
Números
Nem mesmo a crise brasileira tem afastado os estudantes de conquistar o tão sonhado diploma em uma Universidade Americana. De acordo com o relatório anual do Student and Exchange Visitor Information System (SEVIS) o número de estudantes internacionais vindos da América do Sul cresceu 4,3% entre março de 2017 e março de 2018, e quem mais enviou estudantes foi o Brasil. O número de estudantes brasileiros cresceu 13,1%.
A América do Sul ganhou da Austrália – 3,3% de aumento e África, 1,4%. As outras regiões, Europa, América do Norte e Ásia tiveram números negativos, -1,1%, -1,7% e -0.8% no período da pesquisa.
O único país da América do Sul que registrou diminuição no número de estudantes enviados aos Estados Unidos foi a Venezuela, com 8,7% a menos.
No total geral o número de estudantes com visto F1 entre março de 2017 e março 2018 caiu apenas meio por cento, passando de 1,208 milhão de estudantes para 1,201 milhão em março 2018. Já o número de estudantes para o visto J1 aumentou mais de 4 por centro, subindo de 201,4 mil para 209,5 mil.