Histórico

Governo e oposição administram crise política

Objetivo é evitar desgaste ainda maior do Senado junto à opinião pública

Denúncias de nepotismo, contratações irregulares, desvio de verbas, favorecimento ilícito. O Senado não precisaria de mais escândalos, mas o bate-boca em plenário entre o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e os parlamentares que defendem a permanência de José Sarney (PMDB-AP), entre eles o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB –AL), mostrou que a Casa é sempra capaz de surpreender quando o assunto é baixaria. Por isso, os líderes da oposição e governo concluíram que é necessário um diálogo para administrar a crise política, que ameaça sair de controle.

Os caciques se reuniram e chegaram a conclusão que somente a união e a saída de Sarney do cargo podem evitar um desgaste ainda maior da imagem da chamada Câmara Alta junto à população. O encontro no gabinete do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), teve ainda Pedro Simon, os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PT, Aloizio Mercadante (SP), o líder do DEM, José Agripino (RN), o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), o ex-líder do PSB Renato Casagrande (ES) e os senadores Tasso Jereissatti (PSDB-CE), Tião Viana (PT-AC), Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) e Demóstenes Torres (DEM-GO).

Os partidos pretendem divulgar uma nota com o pedido para que Sarney deixe o cargo temporariamente caso o Conselho de Ética arquive as denúncias contra o presidente da Casa sumariamente. “É uma grande frente pela dignidade do Senado, que fica insustentável se o Sarney permanecer na presidência”, disse Virgílio. Os senadores optaram por cobrar a licença do peemedebista, e não a renúncia, porque precisam do apoio da bancada do PT ao movimento. O problema é que Sarney não pretende abrir mão de sua posição.

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