Multas pesadas e até mesmo prisões devem intimidar os patrões que desobedecerem a lei
O governo proporá uma ação mais dura contra os empregadores que contratam imigrantes ilegais, punindo-os com multas pesadas e até mesmo prisões, afirmou Michael Chertoff, secretário de Segurança Interna, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1/12).
Chertoff não especificou quais seriam as regulamentações, mas revelou que o governo trabalhará no sentido de ajudar os empregadores a verificar o status legal de seus funcionários, tarefa difícil por causa da proliferação de documentos falsos e da confusão sobre o que os empregadores podem legalmente perguntar aos potenciais empregados. “Temos de mudar a dinâmica que traz as pessoas para este país para trabalhar em bases ilegais”, afirmou Chertoff. “Um dos pontos é mudar a dinâmica que permite aos empregadores contratar estes estrangeiros ilegais, e isto significa uma ação mais vigorosa”. Os críticos dizem que a falta de uma ação mais agressiva nos locais de trabalho é a principal falha nos esforços do governo para combater a imigração ilegal.
A conferência de imprensa de Chertoff fez parte de uma semana dedicada a destacar a segurança da fronteira e a promover o programa trabalhador temporário que permitiria a milhões de imigrantes solicitar vistos de trabalho em curto prazo. Ele comparou a fronteira entre EUA e México como um dique acima da capacidade. “A solução é desviar um pouco de água”, comparou.
“Um programa de trabalhador temporário aliviaria o congestionamento na fronteira ao deixar que os trabalhadores venham para os Estados Unidos legalmente por um período de até seis anos para desempenhar os trabalhos que os americanos não querem”, analisou o funcionário do governo. E os trabalhadores estrangeiros teriam de sair dos EUA depois da expiração dos vistos. “Enquanto não tivermos um programa temporário regulamentado para lidar com isto, estaremos colocando uma enorme quantidade de pressão sobre nossos guardas, trabalho que vem sendo por eles apesar de todas as dificuldades”, enfatizou Chertoff.
O programa de trabalhador temporário, entretanto, é duro de vender no Congresso, onde alguns parlamentares republicanos conservadores teimosamente são contrários a dar autorizações legais àqueles que infringiram a lei para entrar nos EUA. “Ao recompensar os infratores, o presidente apenas encoraja mais pessoas a fazer o mesmo”, disse Tom Tancredo, deputado republicano do estado do Colorado, que lidera um grupo de 91 parlamentares que luta pelo endurecimento dos controles de imigração.
Os democratas liberais, por sua vez, querem que o plano vá mais além, oferecendo a oportunidade para os trabalhadores obterem residência permanente e cidadania.