O governo dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira (20) o fim do status de proteção temporária para o Haiti, dando um período de 18 meses para que os 58.706 beneficiários da medida voltem ao seu país de origem ou busquem outra alternativa.
“Hoje (segunda-feira) a secretária interina de Segurança Interior, Elaine Duke, anunciou sua decisão de cancelar a designação Temporary Protected Status Designated (TPS) para o Haiti, com vigência de 18 meses para permitir uma transição ordenada antes de que a designação acabe, em 22 de julho de 2019”, anunciou a administração em um comunicado.
A decisão ocorre duas semanas depois de o presidente do país, Donald Trump, ter encerrado o TPS para a Nicarágua, afetando 5.349 imigrantes. Eles terão 12 meses para voltar às suas casas.
Conflitos e desastres
O TPS é um programa migratório criado em 1990 com o qual os EUA concedem permissões de forma extraordinária aos cidadãos de países afetados por conflitos bélicos ou desastres naturais.
Atualmente vivem 439.625 imigrantes nos Estados Unidos amparados pelo TPS, segundo dados fornecidos à Agência Efe pelo Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS).
Na sua maioria são salvadorenhos (263.282), hondurenhos (86.163) e haitianos (58.706). Os outros países com TPS são africanos e asiáticos, destacando o Nepal, com 12.967 beneficiados, e a Síria, com 6.177.
Reavaliação
No caso de Honduras e a Nicarágua, os EUA concederam o TPS em 1998 após a passagem do devastador furacão Mitch pela América Central. El Salvador recebeu em 2001, produto de uma série de tremores e o Haiti em 2010, pelo seu catastrófico terremoto.
Nos últimos anos, os beneficiados do TPS viram sua permissão ser renovada automaticamente por períodos de 18 meses, mas agora o governo de Donald Trump decidiu reavaliar as condições que justificaram a concessão do programa.
O programa atualmente protege 435 mil imigrantes de nove países atingidos por desastres naturais ou guerras e que buscaram proteção nos Estados Unidos. O status sempre foi temporário e repetidamente renovado pelos presidentes George Bush e Barack Obama.
Desde que Trump assumiu o cargo, ele acabou com a residência temporária de cidadãos do Sudão e reduziu o benefício para 60 mil haitianos, que receberam a residência temporária depois do devastador terremoto de 2010. (Com informações do G1).