Processos de Deferred Action são revisados rapidamente e republicanos criticam o ato como eleitoreiro
Menos de dois meses antes das eleições de 6 de novembro, o governo de Barack Obama aprovou solicitações de 29 imigrantes sem documentação que tentavam evitar ser deportados e conseguir permissão de trabalho, informou o Departamento de Segurança Nacional.
O porta-voz Peter Boogaard disse que até sexta-feira (14) passada, o Serviço de Imigração e Cidadania havia recebido 82.000 solicitações de imigrantes sem documentação que esperavam beneficiar-se do programa de governo Deferred Action. Os primeiros imigrantes que receberam o adiamento foram notificados esta semana. Eles poderão permanecer nos Estados Unidos até por dois anos e receberão permissão de trabalho; as solicitações podem ser renovadas a cada dois anos.
Boogaard disse que outras 1.600 solicitações aguardam uma revisão final.
Programa começou em 15 de agosto
A imigração começou a aceitar solicitações para o programa em 15 de agosto. As primeiras aprovações foram liberadas muito antes dos cálculos internos do departamento do que a revisão das solicitações, inclusive impressões digitais e investigação de antecedentes criminais, que demorariam de quatro a seis meses.
Os legisladores republicanos criticaram a política de Obama em favor dos imigrantes por considerar que equivale a uma anistia encoberta para até 1,7 milhão de imigrantes em situação ilegal.
O senador republicano Jeff Sessions questionou esta semana o momento em que chegam as aprovações.
“A rapidez com que se concedem os adiamentos continua gerando sérias preocupações sobre possível fraude e sobre a capacidade do governo para verificar dados como a idade no momento da entrada, a situação educacional e mesmo a idade atual”, informou Sessions.
O presidente Barack Obama e a secretária do Departamento de Segurança Nacional anunciaram o programa em junho. Para serem selecionados, os solicitantes devem demonstrar terem chegado aos Estados Unidos antes de completar 16 anos, terem 30 anos ou menos, terem se formado na escola secundária ou ainda estarem estudando, ou terem servido nas forças armadas. Tampouco podem ter antecedentes de delitos graves nem significar uma ameaça à segurança pública ou nacional.
O programa assemelha-se a alguns pontos da falida Lei DREAM, um projeto que teria facilitado uma via para legalizar a situação de muitos imigrantes jovens em situação ilegal. A nova política não legaliza a situação dos imigrantes, mas os protege da deportação durante dois anos.
Em recente entrevista à Univision, Obama negou que Deferred Action representou uma estratégia para conseguir voto latino, e alegou que quando a medida foi anunciada “eu já estava ganhando” o voto da maioria dos eleitores latinos.
Em 2008 dos 10,2 milhões de latinos que foram às urnas (dos 19 milhões registrados), 6,7 milhões votaram em Obama. Em 2012, espera-se que votem 12 milhões dos 22 milhões inscritos. Recentes pesquisas assinalam que 67% apoiam o mandatário para o segundo mandato. O presidente disse que continua apoiando a reforma imigratória e acredita que será aprovada no outro mandato, se for reeleito em novembro.