A administração Biden reconheceu ter admitido mais de 1 milhão de migrantes nos Estados Unidos sob a política de liberdade condicional, segundo dados internos do governo obtidos pela CBS News. O número é divulgado em um momento em que o Congresso avalia restrições a essa prática, estabelecida em 1952.
A liberdade condicional de imigração permite que autoridades federais recebam migrantes que não possuem os vistos normalmente exigidos para entrar nos EUA. Essa permissão é concedida por motivos humanitários ou de benefício público, mas não confere status legal permanente aos beneficiários, permitindo-lhes viver e trabalhar nos EUA por um período limitado, geralmente um ou dois anos.
A administração Biden justificou o uso da liberdade condicional como resposta a situações de emergência, como a reconquista do Afeganistão pelo Taleban e a invasão russa da Ucrânia. Argumenta-se que essa prática reduziu as travessias ilegais na fronteira sul, proporcionando canais legais para aqueles que buscam ingressar nos EUA. No entanto, líderes republicanos acusam a administração de abuso dessa autoridade, defendendo que deveria ser aplicada apenas em casos específicos.
O Congresso, em meio a debates sobre financiamento para segurança de fronteiras e ajuda militar estrangeira, tem sido palco de pedidos republicanos por restrições à liberdade condicional e asilo. Embora haja acordo em alguns pontos, a questão da liberdade condicional permanece controversa.
Estatísticas de 18 de janeiro revelam que a administração Biden invocou a liberdade condicional para admitir mais de 422 mil migrantes, conforme dados do aplicativo CBP One para agendar processamento na fronteira EUA-México. Outros programas, como o Uniting for Ukraine, permitiram a entrada de mais de 176 mil ucranianos sob a mesma autoridade.
A questão da liberdade condicional permanece um ponto de discórdia, mesmo com possíveis compromissos políticos em outros aspectos da imigração. Ainda assim, tanto a Casa Branca quanto o Congresso indicam a possibilidade de um acordo em breve. O debate em torno da liberdade condicional destaca a tensão entre a necessidade de responder a emergências e o desejo de restringir esse poder presidencial, conforme argumentado por legisladores republicanos.
*com informações da CBS News
