Miami-Dade, Lee, Hillsborough e Santa Rosa estão em alerta; Flórida tem nove casos confirmados
Da Redação com Sunsentinel – Pelo menos nove casos de contaminação pelo zika vírus foram confirmados na Flórida e, por essa razão, o governador Rick Scott declarou, na tarde desta quarta-feira (03), emergência para a doença no Estado.
Agentes de saúde acreditam que todos os casos são de pacientes que viajaram para a América do Sul e vieram com o vírus. Estão em emergência os condados de Miami-Dade, Lee Hillsborough e Santa Rosa.
A princípio, a doença é transmitida pelo aedes agypt, mas autoridades americanas divulgaram o registro do primeiro caso de transmissão sexual do zika vírus. O serviço de saúde de Dallas, no Texas, diz que a pessoa infectada teve relação sexual com alguém que voltou recentemente de um país atingido pela epidemia. A imprensa americana afirma que esse país é a Venezuela.
As autoridades não podem dar mais informações por motivos de privacidade. Esse é o primeiro caso conhecido de zika contraído dentro dos Estados Unidos, existem mais 31 americanos infectados, mas todos eles pegaram o vírus viajando pelo exterior.
O diretor do serviço de saúde de Dallas disse que agora, é preciso intensificar as campanhas sobre sexo seguro. Ele também falou que a camisinha é a melhor forma de evitar a transmissão por via sexual. O zika vírus está ligado à microcefalia em bebês e está preocupando a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Parceria entre Brasil e EUA
A presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiram criar um grupo de trabalho para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika. Os dois conversaram na sexta-feira (29), por telefone, e concordaram em unir esforços para produzir a vacina e produtos terapêuticos contra o vírus. O zika está relacionado à ocorrência de microcefalia em recém-nascidos e está entre as maiores preocupações atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A base das pesquisas será a cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o National Institute of Health (NIH), que já estudam uma vacina contra a dengue, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Saiba mais sobre o zika vírus
– O que é o vírus zika?
O vírus zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue e da chikungunya, o Aedes aegypti. O zika foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta zika, em Uganda na África.
– Quais são os sintomas?
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus zika não desenvolvem manifestações clínicas, sejam adultos ou crianças. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas, menos frequentes, são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
– Como é transmitido o vírus?
O principal modo de transmissão é pela picada do Aedes aegypti. Outras possíveis formas de transmissão do vírus zika precisam ser avaliadas com mais profundidade, com base em estudos científicos. Cientistas estão estudando a transmissão do vírus zika por meio do leito materno, assim como por urina, saliva ou sêmen.
– Qual o tratamento?
Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus zika. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus.
– O que é a microcefalia?
Microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, ou seja, igual ou inferior a 32 cm. Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos infecciosos, como bactérias, vírus e radiação. A detecção do genoma do vírus zika realizada pelo Instituto Osvaldo Cruz em líquido amniótico de duas mulheres grávidas de fetos com microcefalia, seguida da detecção do zika pelo Instituto Evandro Chagas em neonato (caso fatal) com microcefalia, proporcionou cientificamente o reconhecimento da associação entre o vírus zika e os casos de microcefalia, ora observados no Brasil.
Fonte: Consulado-Geral do Brasil em Miami