O furacão Dorian começou a se mover no sentido noroeste, depois de mais de 18 horas praticamente estacionado nas Bahamas. Segundo o boletim das 8 da manhã do National Hurricane Center (NHC), a costa da Flórida está fora do cone de probabilidade de ser atingida diretamente por Dorian, mas parte do Estado já sente desde ontem (2) os ventos e chuvas trazidos pelo fenômeno meteorológico.
Independentemente da sua trajetória, e mesmo que não toque o solo americano, o furacão pode provocar danos na costa da Flórida, Geórgia e Carolina do Sul. Existe o risco de que ele provoque inundações na Flórida e fortes ventos na Carolina do Norte.
O furacão ainda se move a uma milha por hora, mas já começa a dar sinais de movimento para o norte, como o esperado por meteorologistas. “Parece que finalmente vai acontecer o que estamos falando durante dias a fio, o movimento do furacão para o norte”, disse o diretor do NHC, Ken Graham.
O meteorologista afirma que a Costa Leste da Flórida deve estar preparada para fortes chuvas e ventos, a partir do condado de Palm Beach.
Dorian agora é um furacão de categoria 3, com ventos de 140 milhas por hora. A tempestade está localizada a 35 milhas a nordeste de Grand Bahama Island, a 105 milhas de West Palm Beach.
“Dorian ficou praticamente estacionada nas últimas 18 horas”, informa o NHC.
Cinco mortos nas Bahamas
Pelo menos cinco pessoas morreram – número que deve aumentar nas próximas horas – no arquipélago das Bahamas, que é formado por mais de 700 ilhas, onde Dorian chegou com força no domingo (1º), ainda na categoria 5 – a mais alta da escala Saffir Simpson.
No fim de semana, o furacão tocou o solo em Ábaco, provocando o corte na eletricidade e interrompendo o serviço de telecomunicações no arquipélago. De acordo com a CNN, o fornecimento de energia já foi restabelecido em Nova Providência, a ilha mais populosa da região.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha afirmou que 13 mil imóveis ficaram destruídos ou muito danificados. As enchentes provocaram ainda a contaminação da água potável.
O Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que ao menos 61 mil pessoas foram afetadas pelo furacão nas Bahamas e precisam de ajuda alimentar: 14 mil na ilha Ábaco e 47 mil na ilha Grande Bahama.
Nesta terça, a CNN informou que o aeroporto internacional em Freeport ficou completamente submerso.
O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, afirmou que a devastação causada pelo Dorian é “sem precedentes”.
A Embaixada do Brasil em Nassau estima que 180 brasileiros vivem nas Bahamas. Até o momento, a representação diplomática não foi contatada por nenhum brasileiro pedindo informações ou ajuda por causa do furacão.
O Centro Nacional de Furacões informou que, ao tocar a terra nas Bahamas, o Dorian igualou o recorde de furacão mais potente do Atlântico, ocorrido na mesma época do ano em 1935. Ele foi batizado de “Labor Day”, por causa do feriado celebrado toda primeira segunda-feira de setembro.
Desde que se começaram os registros, nunca um furacão de categoria 5 havia atingido as Ilhas Ábaco. (Com informações do Sunsentinel e G1)