Pelo menos 20 pessoas morreram em decorrência da onda de frio extremo que assola parte dos Estados Unidos. O fenômeno, conhecido como vórtice polar, fez com que os termômetros na região do Meio-Oeste marcassem temperaturas mais baixas que as registradas na Antártida.
Mais de 216 milhões de pessoas estão enfrentando um frio brutal e a previsão é de que os termômetros só voltem a subir a partir desta sexta-feira (1).
Uma das mortes foi de um homem de 70 anos que foi encontrado congelado em sua casa em Detroit. Outro homem de 69 anos trabalhador do FedEX foi encontrado morto em Illinois perto dos caminhões de entrega.
Em Iowa, quatro pessoas morreram devido ao frio intenso. Outras mortes foram registradas em Illinois, Minnesota, Indiana e Wisconsin.
“Ventos perigosamente frios podem causar lesões na pele exposta em apenas cinco minutos”, disse a instituição. “Aos poucos, os termômetros voltarão a subir e o frio extremo vai cessar”.
As aulas foram canceladas na região afetada e muitas empresas também permaneceram fechadas, deixando as ruas da cidade praticamente desertas.
O vórtice polar provocou cenas surreais, como vapor saindo das águas do Lago Michigan – resultado do ar extremamente frio passando por água mais quente logo abaixo. Partes das Cataratas do Niágara ficaram congeladas, e blocos de gelo cobriram o rio que cruza o centro de Chicago.
Até mesmo os Correios dos EUA decidiram suspender as entregas em parte do país, apesar de serem conhecidos pelo seu slogan “nem neve, nem chuva, nem calor, nem a escuridão da noite” são capazes de interromper os serviços. Os Estados de Illinois, Michigan e Wisconsin adotaram medidas de emergência.
Vórtice polar
A onda de frio é consequência de um fenômeno conhecido como vórtice polar. Trata-se de uma massa de ar extremamente frio que, normalmente, gira ao redor do Polo Norte, mas que se deslocou para o sul e passou a se movimentar sobre os EUA.
O deslocamento da massa de ar frio, por sua vez, é resultado de uma onda de ar quente no Ártico, que dividiu o vórtice polar e levou parte dele para os EUA, explica Judah Cohen, especialista em tempestades de inverno da Atmospheric Environmental Research, uma empresa comercial na região de Boston.
Esse tipo de ocorrência tem se tornado mais comum nos últimos anos. Alguns cientistas suspeitam de uma ligação com as mudanças climáticas, embora não se saiba ao certo o motivo. No inverno 2013-2014, um vórtice polar também levou à quebra de recordes de temperatura em várias partes do Canadá e do leste dos Estados Unidos. (Com informações da CNN e Agência Brasil).