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Flórida proíbe ensino da ‘Teoria Crítica da Raça’ nas escolas públicas

Governador Ron DeSantis, principal defensor da medida, disse que os currículos escolares devem ser "baseados em fatos e não em ideologias"

Mural do movimento Back Lives Matter estampado em uma rua de Tallahassee, FL (foto: flickr)

Após várias horas de reuniões, o Conselho de Educação da Flórida aprovou, nesta quarta-feira (9), uma emenda à Lei de Diretrizes Educacionais do Estado que proíbe o ensino da disciplina ‘Teoria Crítica da Raça’ nas escolas públicas.

Durante os debates sobre o assunto, o governador, Ron DeSantis, apareceu em vídeo, instando os membros do Conselho a aprovarem a medida.  Ele defendeu que os currículos escolares devem ser “baseados em fatos, e não em ideologias”. “Isso não vale nem um dólar dos contribuintes”, falou DeSantis.

Em um Conselho cuja maioria esmagadora foi indicada pelo governador, o projeto passou com facilidade.

Na manhã de quinta-feira (10), o republicano usou o Twitter para comentar a decisão: “O sistema educacional da Flórida existe para criar oportunidades para nossos filhos.  A Teoria Crítica da Raça ensina as crianças a odiar nosso país e a se odiarem. É racismo sancionado pelo estado e não tem lugar nas escolas da Flórida ”,  tuitou.

Em linhas gerais, a nova regra se baseia em seis pontos; entre eles: Ensinar aos alunos como pensar, não o que pensar; garantir que os alunos possam receber instruções factuais e objetivas; garantir que os professores atuem como facilitadores da discussão, sem que os estudantes se sintam pressionados a pensar de determinada maneira.

O texto também elimina dos planos de ensino o Projeto 1619 , uma iniciativa que garantiu um Prêmio Pulitzer a The New York Times Magazine, após uma série de investigações que recontaram a história americana em torno da data de agosto de 1619, quando o primeiro navio negreiro atracou na América.

DeSantis acusou o  Projeto 1619 de “distorcer a história do país”. 

Os estados do Tennessee e Idaho também baniram a Teoria Crítica da Raça de suas escolas em maio passado, enquanto no Texas, o projeto tem esbarrado na resistência de pais e ativistas do movimento negro.

Desde o assassinato de George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi asfixiado em uma abordagem policial no ano passado, as discussões em torno das questões raciais explodiram em todos os EUA.

Recentemente, uma professora foi expulsa pelo Distrito Escolar de Jacksonville, FL, por ter dedicado uma classe para falar sobre racismo estrutural, e levado uma bandeira do movimento Black Lives Matter para a sala de aula.

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