Projeto de lei que prevê pena mais longa para motorista que deixar o local do acidente está em tramitação desde terça-feira (4)
Os representantes estaduais querem mudar a atual legislação que prevê pena de até dois anos para até quatro anos de prisão para os motoristas que fogem após o acidente. A mesma pena é imposta aos motoristas pegos dirigindo sob efeito de álcool e entorpecentes.
“Isto é uma epidemia. Parece que a atual lei oferece um incentivo a quem fugir”, disse o representante estadual, Miguel Diaz de la Portilla (R-Miami), um dos que estão assinando o projeto de lei em conjunto com seu colega de partido Bryan Nelson (R-Apopka). O projeto entrou em tramitação na terça (4).
A lei chamada de Aaron Cohen Life Protection Act (Ato de Proteção Aaron Cohen, em português) levou o nome do ciclista morto em 2012 após ser atropelado. O motorista Michele Traverso fugiu do local, se apresentou 17 horas depois quando já era impossível detectar se ele estava bêbado no momento do acidente.
Traverso foi sentenciado a 22 meses de prisão e solto em outubro do ano passado. “Nenhuma família deveria passar por esse sofrimento”, disse a viúva de Aaron, Patty Cohen. De acordo com dados da Polícia Rodoviária Estadual (Florida Highway Patrol), o sul da Flórida é líder no estado em números de fuga de motoristas após acidente.
De acordo com dados estaduais, em 2012 foram registrados 70 mil acidentes no estado, sendo 20 mil entre Broward e Miami-Dade. Outros 3.500 aconteceram no condado de Palm Beach.
“Nós temos vistos muitos casos como esse”, disse o sargento da FHP, Mark Wysocky. “Não sabemos as razões ao certo porque eles fogem, mas podem ser desde carteiras vencidas, a falta de seguro de carro e até por causa de estarem digirindo bêbados”, disse.
Casos em que motoristas fogem deixando vítimas para trás alarmam a comunidade no sul da Flórida há anos. Um exemplo recente disso foi o caso envolvendo o executivo John Goodman que possivelmente dirigia bêbado em 12 de fevereiro de 2010 quando colidiu com o carro de um estudante de 23 anos. No impacto, o carro que o estudante dirigia caiu em um canal e ele acabou morrendo afogado. Goodman fugiu, foi sentenciado a 16 anos de prisão, mas seus advogados conseguiram, com base na lei vigente, abrandar a situação.
O projeto de lei tem o apoio das organizações de classe que representam os sherifes do estado e os chefes de polícia.