Desde o dia 15 março, o governo da Flórida pagou mais $ 17 bilhões em pedidos de auxílio desemprego estadual e federal.
Boa parte deste dinheiro, de acordo o Department of Economic Opportunity, foi repassado de forma indevida através de documentos falsificados por parte dos requerentes do benefício, ou por falha do sistema. Agora, o estado quer o dinheiro de volta.
Uma reportagem do jornal Miami Herald apontou que um “número incontável de moradores da Flórida está recebendo avisos do departamento notificando-os de que foram pagos por engano e que eles devem ao estado”.
O departamento não informou exatamente quanto de dinheiro foi transferido erroneamente, alegando que o levantamento deste montante iria “consumir tempo e recursos do governo”, reportou o Herald.
O senador Democrata Jason Pizzo, da Flórida, disse o problema se concentra, majoritariamente, no fracasso do próprio sistema de processamento de benefícios.
Segundo o senador, seu escritório coletou informações de milhares de desempregados que tiveram problemas para “navegar na burocracia do Department of Economic Opportunity”.
“Do que estamos falando? Se eles acham que 100 mil pessoas lhes devem uma média de mil dólares, isso é $ 100 milhões, nada difícil de concluir” disse Pizzo, “estamos com uma crise de caixa “, acrescentou.
As notificações começaram a ser enviadas no final e setembro. Don Reynolds, um fisioterapeuta de Apollo Beach, foi um dos notificados.
Em entrevista ao Miami Herald, ele disse que a comunicação recebida é “ um erro grotesco”.
“Eu não me importaria de devolver o dinheiro se eles tivessem me pagado a mais, mas não pagaram”, disse.
Segundo o fisioterapeuta, a notificação enviada pelo estado diz que ele recebeu $ 2.475 a mais, o que totalizaria nove semanas do benefício máximo do estado de $ 275.
Outros estados como Texas e Ohio também estão tentando recuperar dinheiro repassado indevidamente ao desempregados durante a pandemia.
No Texas, as autoridades estão tentando reaver $ 203 milhões de cerca de 185 mil pessoas. Em Ohio, cerca de 160 mil receberam supostamente a mais em agosto e setembro.