DA REDAÇÃO – Não é de hoje que o ator brasileiro Rodrigo Santoro brilha em Hollywood. Mas é agora, se pode dizer, que ele de fato marca a abertura de uma onda latina no cinema americano. O ator revelado ao grande público nas novelas da Rede Globo é uma das estrelas do filme “The 33”, inspirado na história real dos 33 mineiros que quase morreram soterrados no desabamento de uma mina no Chile, em 2010. A tragédia na mina San José, no Chile, fez com que os trabalhadores passassem 69 dias a 700 metros abaixo da terra, sem luz, sem comida, sem ventilação. O mundo assistiu, atento, ao drama real enfrentado por eles.
No longa, Santoro vive um ministro chileno, mas quase foi um dos mineiros e, por isso, chegou a mergulhar fundo na história deles, chegando a conhecê-los pessoalmente em Santiago, no Chile. “Passei uma tarde inteira com eles e fiquei muito emocionado”, relembrou Santoro ao jornal “O Dia”.
Mas os rumos mudaram e o ator acabou ficando com o papel de Laurence Golborne, Ministro das Minas que orquestrou a operação de resgate dos trabalhadores, depois de apenas quatro meses no cargo. “Também conheci o Laurence e quis saber como ele dormia e acordava naquele período, sobre a ansiedade, angústia. Queria me alimentar o máximo possível e tentar preencher meu universo interno”.
Já o colega de elenco de Santoro Antonio Banderas interpreta Mario Sepulveda, um dos líderes dos mineiros. O espanhol gosta de destacar a pluralidade de nacionalidades do elenco.
“A ideia era se ter uma ONU de atores, com várias nacionalidades, mas, obviamente, o espaço para atores latino-americanos era ainda maior aqui. Trata-se de uma história globalizada, seguida por milhares de pessoas mundo afora, e a busca da autenticidade era fundamental”, contou Banderas ao portal UOL. “O mercado melhorou muito. Um dos atores principais do filme, Mario Casas, eu o dirigi em 2006 em ‘El Camino de los Ingleses’ e pude indicar para Patricia `Riggen, diretora de “Os 33”` quando ela estava procurando fechar o elenco”, diz.