George Anthony Devolder-Santos, o filho de imigrantes brasileiros que se elegeu deputado pelo Partido Republicano de New York nas eleições deste ano, apresentou em seu currículo informações não comprovadas sobre sua trajetória acadêmica e profissional. A informação é do The New York Times.
Em uma investigação, o jornal questionou instituições nos EUA e no Brasil citadas pelo parlamentar, entre elas os bancos Citigroup e Goldman Sachs, onde o brasileiro-americano teria supostamente trabalhado. Ao Times, as empresas alegaram que não há registros de que ele tenha integrado a equipe.
Sua graduação em finanças e em economia pela Baruch College e pela New York University também não foram confirmadas. O repórteres entraram em contanto com as universidades, que relataram desconhecer um aluno com este nome e nascido em 22 de Julho de 1988.
Santos também afirmou em entrevista à rádio pública WNYC no mês passado que quatro de seus funcionários morreram em 2016 quando um homem armado abriu fogo no Orlando’s Pulse, uma boate gay em Orlando, na Flórida, deixando 49 mortos.
“Na época, eu tinha pessoas que trabalhavam para mim no clube”, disse Santos na ocasião, acrescentando que tem “memórias trágicas” daquele tiroteio mortal. Mas a investigação também não encontrou ligação entre alguma das vítimas e as empresas de propriedade do político.
Em seu perfil no Instagram, George divulgou uma nota assinada por seu advogado, Joseph Murray, em que se diz vítima de “alegações difamatórias” propagadas pelo The New York Times, o qual ele classifica como “jornal de esquerda”. “Não é nenhuma surpresa que o congressista eleito tenha inimigos no NYT, que tenta manchar seu bom nome com essas alegações difamatórias”, diz o texto.
George Santos concorreu à vaga de deputado pelo New York’s 3rd Congressional District com o democrata Robert Zimmerman, que também é homossexual assumido. O fato de dois candidatos LGBTQ estarem concorrendo ao mesmo cargo tornou a disputa inédita na história das eleições americanas.
O filho de uma carioca com um mineiro é apoiador convicto do ex-presidente Donald Trump e do presidente Jair Bolsonaro. No ano passado, ele publicou no Twitter que tinha vergonha do desrespeito cometido pelos imigrantes brasileiros que vivem sem status legal nos EUA, e pediu ao deputado Eduardo Bolsonaro, de quem é amigo pessoal, para “aprovar uma legislação o mais rápido possível para “mandar essas pessoas de volta ao Brasil”, escreveu.