Cinema/TV Gabriela Egito

Festival exibe brasileiro candidato ao Oscar

Além de “A Vida Invisível”, serão apresentados em Los Angeles os filmes nacionais de maior repercussão em 2019

Sonia Braga em cena de “Bacurau”, filme premiado em Cannes este ano (Foto: Divulgação)
Sonia Braga em cena de “Bacurau”, filme premiado em Cannes este ano (Foto: Divulgação)

Dentre os dias 15 e 19 deste mês, o Hollywood Brazilian Film Festival (HBRFest) vai exibir os três filmes nacionais mais badalados do circuito de arte: “A Vida Invisível”, escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar; “Bacurau”, um dos mais polêmicos e comentados do ano; além de “Marighella”, que teve seu lançamento nas salas brasileiras cancelado recentemente, provocando protestos.

O festival abre na noite de sexta-feira (15), no Skirball Cultural Center, com “A Vida Invísivel”. O filme foi o grande vencedor este ano da mostra Un Certain Regard, paralela à seleção oficial do Festival de Cannes. O drama é baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, da escritora pernambucana Martha Batalha.

Dirigido por Karim Aïnouz, “A Vida Invísivel” conta a história de duas irmãs, no Rio de Janeiro conservador e patriarcal de 1940, que acabam trilhando caminhos separados: Guida foge de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades de um casamento arranjado.

Em parceria com o AFI Fest, a mostra exibe também um dos filmes brasileiros mais polêmicos do ano: “Bacurau”. São duas sessões: segunda-feira (18), às 19h, e terça-feira (19), às 21h30 — no TCL Chinese Theatre.

O longa escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes este ano, tornando-se o segundo brasileiro da história a ser laureado na competição oficial, após “O Pagador de Promessas” (1962). Mesmo assim, foi preterido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro, que acabou indicando “A Vida Invisível”.

Estrelado por Sonia Braga, “Bacurau” é um filme difícil de categorizar. O longa se utiliza de elementos narrativos de terror (com bastante sangue e violência), faroeste e crítica sociopolítica para contar a história em um futuro próximo, quando estranhos acontecimentos em um povoado no sertão de Pernambuco (que dá nome ao título) levam os moradores à conclusão de que estão sendo atacados. A tensão explode em guerra quando a comunidade se une, determinada a sobreviver ao ataque.

No sábado (16), às 18h15, no Los Feliz Theatre, será exibido “Marighella”, que marca a estreia de Wagner Moura por trás das câmeras, como diretor. É uma adaptação biográfica sobre Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira na década de 60. Comunista de carteirinha, ele chegou a ser considerado inimigo número um do Estado e foi morto em uma emboscada policial em 1969.

Dada a temática do longa, o cancelamento do lançamento nas salas brasileiras este mês — pelo descumprimento de prazos estipulados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) — provocou uma onda de protestos, sugerindo que se trataria, na verdade, de uma censura velada por parte do atual governo. Outro ponto que tem provocado muita polêmica nas redes sociais foi a escolha do astro negro Seu Jorge para viver o protagonista, já que Marighella seria considerado pardo (era filho de italiano com afro-brasileira).

Todas as sessões têm legendas em inglês. É recomendável comprar ingressos (a $15) para “Bacurau” com antecedência em goelevent.com/AFI/e/BACURAU porque devem esgotar rápido. Mais informações no site hbrfest.com.

A região metropolitana de Los Angeles é a única dos EUA que conta com dois festivais distintos de cinema brasileiro: o Hollywood Brazilian Film Festival e o Los Angeles Brazilian Film Festival (realizado mês passado).

Lulu Santos e Sergio Mendes agitam Califórnia este mês

Lulu Santos vai cantar o hit “De Repente, Califórnia” para delírio dos fãs (Foto: Leo Aversa/Divulgação)
Lulu Santos vai cantar o hit “De Repente, Califórnia” para delírio dos fãs (Foto: Leo Aversa/Divulgação)

Dois pesos pesados da música brasileira fazem turnê pela Califórnia até o início de dezembro: o ícone do pop rock nacional, Lulu Santos, e o polivalente Sergio Mendes, que se une à talentosa Bebel Gilberto para comemorar em grande estilo os 60 anos da bossa nova.

Lulu vem com a turnê do novo álbum, “Pra Sempre”, em que fala de amor, mas já avisou que não vai deixar nenhum de seus clássicos de fora. Hits como Tempos Modernos, O Último Romântico, Tudo Azul, Toda Forma de Amor, Um Certo Alguém, Assim Caminha a Humanidade, Aviso aos Navegantes, e De Repente Califórnia, estão garantidos.

Lulu agita Los Angeles na sexta-feira (15), às 21h, no El Rey Theatre ($67.50). Na noite seguinte (16), ele faz show no August Hall ($65), em San Francisco, no mesmo horário. A turnê é uma produção de Patrícia Leão, da Brazilian Nites. Mais informações: braziliannites.com.

Sergio Mendes e Bebel Gilberto, por sua vez, fazem sete shows na Califórnia. Na noite de quarta-feira (13), eles estarão no Mondavi Center, na região metropolitana de San Francisco, com ingressos populares a partir de $12.50.

No sábado (16), às 20h, a dupla se apresenta no Royce Hall, na UCLA, em Los Angeles, com entradas disputadíssimas a $99 ou mais. No dia seguinte, eles sobem para a UC Santa Barbara. Lá, tocam no Campbell Hall, com ingressos a partir de $35.

Mendes retorna a San Francisco entre os dias 29 deste mês e 1º de dezembro para quatro shows no Miner Auditorium. Entradas a partir de $30 já quase esgotando. Mais informações: sergiomendesmusic.com.

Brasileira lança livro trilíngue de poesias em Irvine

Luana Laubeski (Foto: Ruth de Souza)
Luana Laubeski (Foto: Ruth de Souza)

Ela já morou em três continentes, fala fluentemente inglês, espanhol e português, e tem muitas histórias para contar. São amores, encontros, separações, saudades, e choques culturais que aos poucos moldam novas formas de ver o mesmo mundo, substituindo a vastidão inicial pela inesperada familiaridade. Assim é a paulista Luana Laubeski, neta de americanos e que também conquistou a cidadania espanhola nas aventuras que inspiram o livro “Poesias de Andança, Andança de Poesias” (Ed. Scortecci, 192 págs., $25).

Capa do livro
Capa do livro

Este é o terceiro livro de Luana, que é atriz, fez mestrado em direção teatral em Londres, e está sempre buscando novos saberes. Recentemente, ela se tornou especialista profissional em vinhos e está cursando faculdade de filosofia. Jura que não planeja atravessar oceanos novamente tão cedo. A estadia de três anos na Califórnia, onde mora sua família, é pra valer.

Diferentemente dos dois primeiros livros que escreveu mais jovem, este vem com poemas e crônicas traduzidos para as três línguas. A ideia surgiu como forma de unificar os textos, escritos em diferentes idiomas, e proporcionar acessibilidade ao material para todos que de alguma forma fizeram parte desses 20 anos de história andarilha fora do Brasil.

“Acredito que a arte tem que ser simples na hora de expressar a complexidade da vida. E acho que quem saiu do ninho vai se identificar com meus textos”, diz a autora, que já prepara outro volume para sair em breve. O livro estará disponível nas versões impressa e digital.

A noite de autógrafos acontece neste sábado (9), das 18h às 21h, no Espaço Cultural Brasil (1150 Main St, Irvine, CA 92614), com direito a petiscos do Taste Brazilian Style Gourmet e Brazuca Bites, acompanhados de música por Denys Christian. A entrada é franca. O evento conta ainda com o apoio do escritório de advocacia Santos Lloyd e a financeira ACE, The Mortgage Guy.

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