A 13ª edição do Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF) será realizada online este ano, por conta da pandemia de Covid-19. O evento está marcado para 21 a 25 de outubro na plataforma de streaming Filmocracy, mas a organização não descarta realizá-lo também de forma presencial, caso a situação de emergência pública já tenha sido sanada até lá.
Enquanto isso, os interessados em exibir seus longas, documentários, curtas, animações ou videoclipes no maior festival brasileiro de cinema da Costa Oeste, devem se registrar no site FilmFreeway até o dia 31 deste mês, quando se encerram as inscrições normais. Mas os atrasadinhos ainda terão chance de enviar seus trabalhos ao crivo da seleção até o dia 20 de agosto. Os valores variam de acordo com o formato do projeto e a data em que foi submetido, começando em $25 por obra.
A novidade deste ano é a criação do prêmio “BWIE – Mulheres brasileiras no entretenimento”, destinado a filmes produzidos, dirigidos ou escritos por mulheres. De acordo com o regulamento, para concorrer, os filmes devem ter pelo menos 40% de mulheres em sua equipe.
O LABRFF (pronuncia-se “labríf”) também está lançando uma categoria para qualquer pessoa que queira contar uma história em 1 minuto ou menos com o tema “Racismo e Discriminação”. Esses curtas curtíssimos devem ser feitos usando telefone celular. Crianças a partir de 10 anos ou mais são encorajadas a enviar seus trabalhos. Não há taxa de inscrição para essa modalidade.
O festival costuma ser bem generoso em suas premiações, distribuindo até $30 mil em equipamentos, softwares, diárias de filmagens e pós-produção aos vencedores. Além disso, são várias categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor trilha sonora, Melhor Roteiro, Melhor atriz, Melhor ator, Melhor atriz coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Documentário, Melhor Curta Metragem, Melhor Animação, Melhor Filme de 60 Segundos. Reconhecimentos especiais: Prêmio de Realização LABRFF, BWIE, Melhores Shorts Internacionais, Mostra Cinema Negro.
A parceria do LABRFF com a Filmocracy, permitirá ao público do Brasil e dos EUA não só assistir às produções de casa mas também votar, indicando os favoritos ao “Prêmio de Público”. Além disso, a plataforma vai hospedar virtualmente as mesas-redondas, workshops e sessões de pitching do festival.
Mercado de audiovisual
Paralelamente à exibição de filmes e videoclipes, acontece também o Brazilian Film Market (BFM), o único mercado de audiovisual nos Estados Unidos dedicado a produções brasileiras. Este ano, o evento também será realizado de forma virtual na plataforma Filmocracy.
Os interessados em apresentar seus projetos de longa-metragem, série de TV (roteirizada ou não), animação ou documentário a potenciais produtores e/ou investidores, devem enviar o material em inglês seguindo os mesmos prazos do festival. Inscrições a partir de $60 no FilmFreeway. Os selecionados serão avisados da data e horário em que terão 20 minutos para apresentar seu projeto (sessão de pitching). Mais informações em labrff.com.
Covid-19 devasta setor audiovisual
Que o baque no setor audiovisual de Los Angeles seria grande por conta da necessidade de distanciamento social durante a pandemia, já se sabia. Mas um levantamento publicado recentemente pela FilmLA, entidade regulatória da indústria na cidade, mostra um verdadeiro tsunami nas produções locais a partir do final de março, com paralisações inicialmente voluntárias e depois por ordem das autoridades.
Das 8.632 permissões de diárias de filmagem em locações concedidas pela FilmLA de abril a junho de 2019, as requisições despencaram para inacreditáveis 194 no mesmo período neste ano, ou seja, 98% das atividades de produção foram interrompidas. É o nível mais baixo registrado na história.
De acordo com a FilmLA, a pandemia afetou todos os setores da indústria no segundo trimestre, incluindo o principal da cidade – a televisão, com queda de 98,2% – e o secundário, comerciais (queda de 95,5%). A produção de longas-metragens, o terceiro maior segmento, também sofreu forte impacto (queda de 99,7%).
Mais de 100 mil trabalhadores do entretenimento perderam seus empregos e até grandes empresas, como Walt Disney e AMC, registraram enormes prejuízos. A paralisação também devastou as empresas fornecedoras do setor, como de figurinos e adereços.
Retomada
As atividades começaram a ser gradualmente retomadas no final de junho, com algumas pequenas produções, como comerciais e videoclipes, mas a ameaça de um novo pico de propagação do vírus ainda ameaça desligar as câmeras novamente.
Desde 19 de junho, a FilmLA vem atendendo diariamente cerca de 14 solicitações de permissão de filmagens e recebe centenas de ligações de cineastas interessados em retomar o trabalho. No entanto, isso representa apenas 20% do que era o movimento antes da pandemia.
Segundo a organização, as produções maiores, como longas-metragens, só devem retomar filmagens em agosto ou ainda depois disso. Mas vários programas de TV de auditório já voltaram a gravar.
As produções precisam seguir as determinações das prefeituras e do governo do Estado, que lançou um manual de 22 páginas listando todos os procedimentos. Fazem parte da lista manter o distanciamento físico sempre que possível e o fornecimento de material de segurança e higienização por parte dos contratantes. Tanto o elenco quanto a equipe têm de ser submetidos regularmente a tomada de temperatura e testes. Além disso, cada produção tem que ter um ou mais profissionais treinados e encarregados de garantir que todos os regulamentos estejam sendo seguidos à risca.