DA REDAÇÃO – O Dia de São João é comemorado nesta sexta-feira, 24 de junho. Só que para os brasileiros do sul da Flórida, a celebração desta que é uma das maiores manifestações culturais do nosso povo já aconteceu – e foi em grande estilo. Cerca de 15 mil pessoas estiveram na Comunidade Católica de Margate (Igreja St. Vincent) na mais tradicional festa junina da região, organizada depois de dois anos de hiato em função da pandemia do coronavírus. Barracas de comida, shows ao vivo de forró, quadrilha, atividades para crianças e confraternização entre amigos: nada ficou de fora. E, o que pouca gente sabe, o evento quase foi cancelado a poucas semanas de acontecer.
“A festa superou as expectativas. Tudo graças ao empenho de um grupo de voluntários e da mobilização da comunidade brasileira em geral, que prestigia a iniciativa, até como forma de sentir o nosso Brasil mais perto”, disse Lurdimar Stefanon, uma das coordenadoras. Ela conta que os organizadores por pouco não cancelaram os festejos. A morte do responsável pela paróquia, padre Volmar Scaravelli, no final de abril, fez com que muitos pensassem em adiar ou mesmo suspender a comemoração. “Ele estava totalmente envolvido na organização deste ano e animado com o retorno presencial desta tradição. Então, realmente passou pela cabeça cancelar tudo. Mas também achamos que seria uma bonita maneira de prestar uma homenagem àquele que era um dos maiores incentivadores da nossa festa junina”, explicou Lurdimar.
A participação de 15 mil pessoas, segundo cálculo da própria prefeitura de Margate, foi a maior já registrada desde 2011, quando a comemoração passou a ser realizada naquela cidade. As 525 vagas para automóveis no estacionamento da igreja e os espaços nas ruas ao redor ficaram ocupados praticamente todo o tempo, nos dois dias da celebração (sábado e domingo). E a comida, inicialmente preparada para um público de 10 mil pessoas, precisou de reforço. Para isso, o grupo de voluntários cresceu de 23 para 48 e, no meio da festa, teve gente se revezando entre a compra de mais ingredientes e a preparação do quitutes extras. Nesse particular, destaque para o pastel, o pé de moleque, a canjica e o bolo de fubá.
Para o animador da festa, Zeca dos Anjos, foi especial retomar a tradição que havia sido interrompida por causa da COVID: “Reencontrar a nossa gente, não apenas aqui da Igreja, mas de todo o sul da Flórida, vale todo o esforço. E quem não veio, perdeu a chance de se divertir e ajudar causas importantes da comunidade. Mas ano que vem tem mais”, disse Zequinha. De fato, a data da festa junina do ano que vem já tem data marcada: 10 e 11 de junho de 2023. E todo o dinheiro arrecadado é revertido para ações de apoio aos brasileiros imigrantes.
Fotos de Ana Paula Freitas/A4 Photo