O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, afirmou em comunicado de política monetária na quarta-feira (17) que será “paciente” para aumentar a taxa de juros do país, atualmente próxima de zero. Ao mesmo tempo, retirou do texto a promessa de manter os juros em níveis excepcionalmente baixos por “um período considerável”. “Com base na atual avaliação, o Comitê julga que pode ser paciente em começar a normalizar a posição da política monetária”, diz a nota divulgada. As Bolsas americanas subiram após a divulgação do comunicado.
De acordo com analistas ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo, o que levou alívio aos investidores, mais que o documento em si, foi a fala de Janet Yellen, presidente do Fed, após a reunião do BC americano. “Ela garantiu que não há possibilidade de a autoridade monetária aumentar os juros nos EUA nas próximas reuniões do Fomc `comitê de política monetária do Fed`”, diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora. “Parece que o mercado mantém sua perspectiva de elevação dos juros nos EUA apenas em meados de 2015, ou depois disso”, acrescentou Wagner Caetano, diretor da consultoria Cartezyan.
As Bolsas são favorecidas pela manutenção dos juros americanos em níveis baixos por mais tempo porque, nesse cenário, os investidores globais tendem a procurar aplicações alternativas aos títulos públicos dos EUA –remunerados pela taxa e considerados de baixo risco – para fazer o dinheiro render. Investimentos em ações estão entre as alternativas, tanto no próprio mercado americano quanto em países emergentes, como o Brasil.
Assim, a Bolsa brasileira tende a também ser beneficiada pela decisão do Fed, assim como o real: com mais dólares entrando no mercado doméstico, o preço da moeda americana em relação à brasileira tende a cair.