A FDA (Food and Drug Administration) propôs novas regras para reduzir os níveis de nicotina nos cigarros tradicionais e outros produtos de tabaco, como charutos e tabaco para cachimbo. A ideia é diminuir o potencial viciante dessas substâncias e incentivar os fumantes a migrarem para alternativas menos perigosas, como cigarros eletrônicos e pastilhas de nicotina. Segundo a FDA, isso pode trazer benefícios significativos para a saúde pública.
Atualmente, cerca de 12% dos americanos usam produtos de tabaco combustíveis, enquanto 6% utilizam cigarros eletrônicos. A nova norma sugere limitar a nicotina a 0,7 miligramas por grama de tabaco, bem abaixo da média de 17,2 miligramas encontrada nos produtos mais vendidos. Caso aprovada, as empresas terão dois anos para se adequar às novas regras.
Essa proposta, iniciada durante o primeiro mandato de Donald Trump, enfrenta desafios históricos. Durante o governo Obama, esforços semelhantes não avançaram, e o governo Biden também não conseguiu finalizá-la antes do final do mandato. A implementação deve enfrentar forte oposição da indústria do tabaco, que pode considerá-la uma ameaça à sua base de consumidores.
Estudos mostram que é tecnicamente possível reduzir a nicotina nos cigarros. Exemplo disso foi um produto da Philip Morris nos anos 1980, feito com processos semelhantes aos usados no café descafeinado. A FDA acredita que essa mudança pode ser um marco na luta contra o tabagismo, mas o futuro da proposta dependerá do apoio político e da resistência das empresas do setor.