O FBI divulgou na terça-feira (1), uma semana antes das eleições presidenciais americanas, documentos sobre o perdão presidencial concedido em 2001 pelo então presidente Bill Clinton a Marc Rich, um milionário americano, casado com uma importante doadora democrata. Ele estava foragido da Justiça por evasão fiscal e por fazer negócios ilegais com o Irã. Com informações do G1 e CNN.
O diretor do FBI, James Comey, é filiado ao Partido Republicano e está sendo acusado de tentar mudar o rumo das eleições na reta final.
Embora os arquivos sobre o inquérito não apresentem grandes novidades – muitos trechos foram riscados por questões de privacidade – a divulgação volta a pôr em questão o papel da polícia federal americana na reta final da campanha presidencial.
Na semana passada, o FBI ressuscitou o escândalo dos e-mails de Hillary Clinton, principal pedra no sapato da candidata democrata, ao anunciar perante o Congresso ter encontrado material possivelmente ligado ao caso, encerrado há meses.
Concedido em 20 de janeiro de 2001, seu último dia na Casa Branca, o perdão é uma das medidas mais controversas de Bill Clinton como presidente. Rich estava foragido para evitar ser julgado por realizar negócios com o Irã, o que era proibido na época. Seu nome constava na lista dos mais procurados pelo FBI. Na época de seu indiciamento ele vivia na Suíça, onde morreu em 2013.
A imprensa americana afirma que a divulgação dos documentos ocorreu no âmbito da lei de liberdade de informação, que obriga os órgãos públicos a fornecerem dados e comunicações solicitadas por qualquer pessoa, mediante algumas regras e desde que seja de interesse público. Em nota, o FBI afirmou que agiu dentro dos padrões.
A esposa de Rich, Denise Eisenberg, era uma grande doadora dos Clinton, o que levou as autoridades a tentar estabelecer uma ligação entre o perdão presidencial e os financiamentos. Bill Clinton negou ter conhecimento dessas contribuições.
Brian Fallon, porta-voz da campanha de Hillary, afirmou ser “estranho” que o FBI tenha tornado públicas essas informações justo neste momento, uma vez que, em sua interpretação, a lei não estabelece um prazo para a divulgação de documentos oficiais.