Histórico

Famílias de indocumentados sofrem extorsão

Gangues pedem resgate por supostos seqüestros na fronteira

Familiares de indocumentados estão sendo vítimas cada vez mais constantes dos chamados ‘seqüestros virtuais’. Criminosos que atuam na fronteira entre os Estados Unidos e o México têm feito contato com parentes de imigrantes que tentam entrar ilegalmente em território americano com ameaças e pedidos de dinheiro, aproveitando-se do fato de que os entes queridos ficam incomunicáveis durante a travessia pelo deserto demora de três a quarto dias, em média. Muitas famílias pagam até sete mil dólares pelo resgate de um suposto seqüestro, que na maioria das vezes não ocorreu.

“Isso acontecia com freqüência no México e, de uns cinco anos para cá, está se tornando comum também nos EUA, especialmente no Arizona”, confirmou Armando Garcia, agente especial da polícia da fronteira naquele estado. De acordo com as estatísticas, pelo menos um caso deste tipo é registrado toda a semana, mas os números oficiais não espelham a realidade – afinal, muitas das famílias que são vítimas deste tipo de extorsão estão ilegais na América e, por isso, preferem não prestar queixa. Dentre aquelas que comunicam o fato às autoridades policiais, a história é sempre a mesma: os criminosos ameaçam matar ou mutilar o suposto seqüestrado.

Os investigadores crêem que os seqüestradores virtuais obtêm os nomes e números de telefone das famílias dos indocumentados dos próprios coyotes (traficantes de pessoas pela fronteira). Segundo policiais, há uma espécie de negociação envolvendo dinheiro para a liberação destas informações. Nos depoimentos, as vítimas destacam que os supostos seqüestradores são convincentes, falam bem o idioma ingles e utilizam celulares com o código de area de Phoenix (capital do Arizona). Apesar disso, a polícia acredita que as chamadas são feitas do México, para onde é mandado o dinheiro do resgate. Uma família Mexicana foi vítima do golpe e entregou sete mil dólares antes de informar o crime às autoridades.

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