O professor de artes marciais Maycon Éder desembarcou nas Bahamas em 2017 com o objetivo de fazer a travessia ilegal para os EUA a partir da ilha. Três anos depois e sem obter nenhum contato com o rapaz, a família que vive em Senador Cañedo, Goiás, pede ajuda para tentar encontrar o jovem que hoje tem 26 anos.
“Eu confio que meu filho está vivo em algum lugar, ou preso ou trabalhando como escravo, (…) por isso mesmo eu preciso de ajuda”, disse à Tv Record , Idalira, a mãe de Maycon.
Segundo ela, antes de decidir entrar pelas Bahamas ele tentou o visto de turista algumas vezes juntamente com a noiva. Ela conseguiu e embarcou legalmente para a Flórida, ele não.
Maycon teria chegado às Bahamas no dia 12 de março de 2017 e, nos contatos que fez com a família, pediu que lhe enviassem mais e mais dinheiro, o que faz com que os familiares acreditem que ele estava sendo extorquido.
“Todos os dias ele dizia que ia atravessar e nesse vai e volta (…) ele pedia mais dinheiro. Ele tinha uma moto e a gente vendeu, mandamos o dinheiro, ele dizia que ia voltar, mas acho que eles não o deixaram voltar”, contou Idalira.
De acordo com a reportagem da Record, o último contato feito com a família pelo whatsapp foi em agosto de 2017, cinco meses depois de ele ter saído do Brasil.
Na mensagem de áudio, Maycon relatou que estava prestes a fazer a travessia e desde então desapareceu. Ele revelou que os coyotes contratados por eram de Minas Gerais e que estes fizeram a conexão com agentes hispânicos que atuam em Nassau, capital das Bahamas.
A Secretaria de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás informou que fez contato com o Immigration and Customs Enforcement (ICE) e que as possibilidades de ele ter sido preso estão descartadas.
A família disse que pediu ajuda ao Itamaraty, em Brasília, e à polícia federal, mas nenhum inquérito foi aberto até o momento: “só para você ter ideia de como a gente é deprezado, não ‘abriu’ nenhum processo do Maycon para investigação”, lamentou a mãe.
A perigosa rota para entrar nos EUA pelas Bahamas tem sido uma alternativa de muitos brasileiros à fronteira com o México. Em 2016, um grupo de 19 pessoas – a maioria de Minas Gerais e do Pará- desapareceu ao tentar chegar à Flórida partindo de barco das Bahamas.