A família do médico Ulrich Klopfer, que morreu no dia 3 de setembro, encontrou 2.246 fetos humanos preservados na sua casa uma semana após a sua morte, na cidade de Crete, em Illinois.
De acordo com a polícia, eles receberam um telefonema do advogado da família dizendo que encontraram os fetos e precisavam de ajuda para eliminá-los da forma correta.
O médico trabalhou por décadas fazendo abortos no estado vizinho de Indiana, em clínicas de pelo menos três cidades: South Bend, Gary e Fort Wayne. O procedimento é legal em todos os 50 estados americanos desde 1973, apesar de oito estados terem aprovado leis que restringem o ato.
O sheriff do condado onde os fetos foram achados afirmou que não há evidências de que procedimentos médicos foram feitos dentro da casa, mas o caso está sendo investigado. A promotoria do estado de Indiana afirmou que vai trabalhar em conjunto com a de Illinois na apuração do caso.
“A terrível descoberta desses restos fetais na casa de um médico de aborto falecido em Illinois choca a consciência. Além disso, temos motivos para acreditar que há uma conexão entre Indiana e esses restos mortais”, declarou o promotor-geral de Indiana, Curtis Hill, em um comunicado.
O material encontrado está sob guarda do legista do condado, e as autoridades locais também já investigavam o caso. Vários políticos de Indiana já haviam pedido à promotoria que apurasse se os fetos foram transportados de forma ilegal pela divisa entre os dois estados.
Segundo o jornal “Chicago Tribune”, os fetos foram achados pela mulher do médico na última quinta-feira (12), quando ela limpava a garagem da casa depois da morte do marido. Ela não sabe por que o material estava na casa do médico.
“Ela não tem ideia de há quanto tempo eles estavam lá ou por que ele os colocou lá”, afirmou o advogado Kevin Bolger, que representa a viúva do médico. “Ninguém sabe.” Bolger disse que a garagem tinha material empilhado do chão ao teto e não era usada pela mulher. “Mal dava para entrar lá”, disse Bolger.
A licença médica de Klopfer foi suspensa em 2016, depois que um painel de especialistas constatou várias violações cometidas por ele – incluindo uma falha em garantir a presença de pessoal qualificado quando as pacientes recebiam ou se recuperavam de medicamentos dados antes e durante os procedimentos de aborto.
Àquela altura, Klopfer não atuava mais como médico, mas afirmou ao painel que, em seus 43 anos fazendo abortos, nunca tinha perdido uma paciente – e que esperava conseguir, eventualmente, reabrir suas clínicas.
Klopfer era considerado o médico de aborto mais conhecido de Indiana, realizando milhares de procedimentos ao longo de várias décadas, segundo o jornal local “South Bend Tribune”. (Com informações do NY Times e G1).