O pai da menina Jakelin Caal Maquin, imigrante da Guatemala que morreu de desidratação horas depois de ser detidas por agentes da patrulha de fronteira, contestou publicamente a versão oficial do governo americano para a morte da filha.
No dia 1º de dezembro, o pai saiu da comunidade indígena em que viviam – assolada pela pobreza – para tentar uma vida melhor nos Estados Unidos. Jakelin foi junto. De acordo com os familiares, ela era muito ligada ao pai e não quis ficar longe. Eles também contam que a menina, de apenas 7 anos, disse que queria crescer e trabalhar nos Estados Unidos para mandar dinheiro para a mãe e para a avó.
No dia 6 de dezembro, entretanto, ela, o pai e outros 160 imigrantes foram presos, já dentro dos Estados Unidos, numa área remota do estado do Novo México. Horas depois, Jakelyn começou a ter febre e convulsões. Foi socorrida, levada de helicóptero para o hospital, mas não resistiu.
A menina não apresentava sinais de que estivesse doente, como o próprio pai afirmou numa declaração lida pelo advogado. Ele também disse que Jakelyn não passou fome ou sede durante a viagem.
Mas antes ele havia dito que a filha estava doente e vomitando. O estado da menina piorou e os agentes a levaram de helicóptero para o hospital em El Paso, no Texas, onde ela morreu dois dias depois. Uma investigação foi aberta pelo U.S. Customs and Border Protection (CBP) e o processo corre em sigilo.
Familiares choram a morte da menina
Jakelin vivia na comunidade indígena Mayan Q’eqchi’ em Raxruhá e a morte da criança chocou os moradores. Ela era a segunda de quatro filhos e estava feliz e saudável, apesar das dificuldades financeiras da família. O advogado do pai da criança disse que ele decidiu deixar a comunidade porque estava frustrado por viver na extrema pobreza. “Ele queria trabalhar, ele achava que poderia ter uma vida melhor nos EUA”. (Com informações da CNN).