Parentes de um brasileiro que tenta deixar a Faixa de Gaza morreram em um bombardeio no norte da região, segundo a Embaixada do Brasil na Palestina nesta sexta-feira (20). Hasan Rabee, brasileiro que integra o grupo levado a abrigos no sul de Gaza pela embaixada, afirmou que seu primo, a esposa e todos os filhos e netos do casal foram atingidos por um ataque aéreo que atingiu o prédio onde viviam. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, disse que os parentes de Rabee não tinham cidadania brasileira.
Rabee, de 30 anos, afirmou ao G1 que cerca de 60 pessoas morreram nesse ataque. Ele está no grupo de 26 brasileiros que aguardam pela abertura da fronteira entre o sul de Gaza e o Egito em Khan Younes, no sul de Gaza. Uma outra parte de brasileiros está em Rafah, a cidade fronteiriça e onde ficam os postos de controle. Eles chegaram a ficar sem água potável para beber, mas depois receberam mantimentos da Embaixada brasileira. Além dos brasileiros, centenas de outros estrangeiros e milhares de palestinos lotam essas duas cidades à espera de uma resolução nas negociações entre Israel e Egito para a abertura da fronteira.
Autoridades palestinas afirmaram que 352 pessoas morreram na Faixa de Gaza nos dois últimos dias. No total, o número total de mortos em Gaza desde o início da guerra era de 4.137 até a manhã desta sexta.
Na semana passada, o governo israelense pediu à população de todo o norte da Faixa de Gaza, inclusive a Cidade de Gaza, que deixasse suas casas e fossem ao sul do território, indicando que aumentaria os ataques à região, que faz fronteira com o sul de Israel. Os militares israelenses também preparam uma incursão por terra à Faixa de Gaza. Dezenas de tanques do Exército do país já estavam posicionados na fronteira desde o início da semana.
Mas muitos palestinos relataram não ter para onde ir, já que, pelo atual acordo que está sendo costurado entre os governo egípcio e israelense para a abertura da fronteira, apenas estrangeiros poderão deixar a Faixa de Gaza.
Por isso, eles continuaram em suas casas no norte de Gaza, caso dos parentes do brasileiro Hasan Rabee.
*com informações do G1