Na internet amigos manifestam preocupação, porém acreditam que ela esteja viva
Najla Salem não dá notícias desde o dia 1º de fevereiro
DA REDAÇÃO (com Extra) – Parentes e amigos iniciaram na internet uma campanha para ter informações sobre a professora de inglês Najla da Cunha Salem, de 42 anos, desaparecida desde o último dia 1º de fevereiro. Segundo parentes, a brasileira de Volta Redonda (RJ) viajou para o México no dia 21 de novembro do ano passado, com o objetivo de cruzar a fronteira e entrar ilegalmente nos Estados Unidos. O último contato foi feito com o noivo, que está em New York com o filho dela, de 12 anos.
Segundo amigos próximos, viver nos Estados Unidos era o maior sonho de Najla. Ela pagou a quantia de R$ 20 mil pelo processo de imigração ilegal. O noivo também é brasileiro e mora há mais de 20 anos em Long Island, em NewYork. Ele, que teria cidadania americana, chegou a dizer para parentes que recebeu a informação de que a brasileira havia morrido durante a travessia.
De acordo com uma amiga de Najla, Luzinete Damásio, a professora mantinha contato constante com amigos e parentes durante os primeiros dias da travessia. No último contato com a amiga, a brasileira estava no México, esperando o momento ideal para cruzar a fronteira e empolgada com o fato de tudo aparentemente estar dando certo.
“Eu acho que a enganaram porque primeiro ela foi para o Caribe. Eu cheguei a falar com ela pelo telefone. Depois falaram pra ela que ela ia cruzar a fronteira por um cruzeiro, mas não foi isso que aconteceu. Mandaram ela pro México com um grupo. Cheguei a falar duas vezes e ela disse que estava tudo bem. Eu falava todos os dias com o noivo dela e ele também dizia que estava tudo bem. Na última vez que consegui contato ela disse: “Luzi, só to esperando um dia que seja tranquilo para atravessar. Estou vendo os Estados Unidos do outro lado da rua”. O tempo passou e não tive mais nenhum contato – explica Luzinete.
“Eu não acredito que ela tenha morrido. Conversei com o noivo dela no último domingo e ele disse que ela tinha desaparecido. Para mim pegaram ela e estão fazendo com que ela seja prostituta. Ela é uma mulher muito bonita e eu já ouvi falar que isso é muito comum. Eu digo uma coisa: acho que ela não morreu, até que me provem o contrário, mas se ela morrer desse jeito, ela morreu lutando pelo sonho dela”, diz a amiga.
O Ministério de Relações Exteriores informou, por meio de assessoria de comunicação, que foi acionado por parentes de Najla na última semana. Até o momento, segundo o Itamaraty, não há nenhum registro, tanto nos consulados brasileiros dos EUA quanto nos do México, sobre a professora. O órgão informou ainda que mantém contato com familiares a fim de prestar auxílio no retorno do filho de Najla ao Brasil.
Nas redes sociais, amigos e parentes de Najla estão preocupados, mas acreditam no desfecho positivo da história. “Ela me deu aula de inglês, é uma pessoa sempre alegre. Estou chocado. Que Deus traga resposta, sei o que é ter um ente desaparecido, a minha mãe se foi há dois anos e não temos notícias, é um fardo muito pesado não ter certeza do que realmente aconteceu. Mas tenho esperança”, disse Leandro Teixeira também de Volta Redonda.