Imigração

Falta de juízes ameaça plano para acelerar deportações

Demissões e vagas não preenchidas no sistema de imigração podem criar gargalos no processo de deportação.

EUA enfrentam escassez de juízes de imigração para manter a meta de aceleração (Foto: Canva)
EUA enfrentam escassez de juízes de imigração para manter a meta de aceleração (Foto: Canva)

O plano de intensificar as deportações em massa nos Estados Unidos enfrenta um obstáculo prático: a falta de juízes de imigração. Após demitir mais de duas dezenas deles no primeiro mês de governo, a Casa Branca ainda não preencheu as vagas — o que pode desacelerar os processos e gerar gargalos no sistema já sobrecarregado.

Segundo o sindicato da categoria, muitos dos juízes demitidos estavam prontos para assumir os cargos e foram substituídos por uma burocracia lenta. O treinamento e nomeação de novos magistrados pode levar mais de um ano. Hoje, cerca de 700 juízes em atividade precisam revisar, em média, entre 500 e 600 casos por ano. Enquanto isso, o volume acumulado nas cortes passa dos 4 milhões de processos, sendo 1,5 milhão apenas de pedidos de asilo.

A oposição no Congresso já se mobiliza. Mais de duas dezenas de parlamentares democratas enviaram uma carta à procuradora-geral Pam Bondi pedindo explicações sobre as demissões. Segundo o documento, apenas sete desligamentos deixaram um quarto das cortes de imigração sem chefia ou estrutura para tocar os processos.

A situação é vista como um entrave não só logístico, mas também jurídico. “Esses imigrantes, ainda que em situação irregular, têm direito ao devido processo legal”, afirmou Matt Biggs, presidente do sindicato que representa os juízes. Especialistas alertam que decisões motivadas por ideologia política podem piorar ainda mais a morosidade no sistema.

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