DA REDAÇÃO, COM AP – Muitos jovens imigrantes ingressam na carreira militar nos Estados Unidos com a promessa de se tornaram cidadãos americanos um dia e realizar o sonho de servir o País. Mas, de forma sutil, o Exército americano está dispensando recrutas e reservistas de origem estrangeira, de acordo com levantamento da Associated Press.
A AP não conseguiu saber quantos homens e mulheres que fazem parte do programa de recrutamento do U.S. Army foram dispensados por serem imigrantes, mas advogados de imigração dizem que sabem de pelo menos 40 casos.
O brasileiro e reservista Lucas Calixto é um deles. “Era o meu sonho servir o Exército. Este País tem sido muito bom para mim, eu pensei que eu poderia retribuir de alguma forma, fazendo parte do serviço militar americano”, disse Lucas, que decidiu entrar com um processo contra o U.S. Army na semana passada. Um paquistanês e um iraniano também estão processando o governo pela mesma razão.
Alguns estrangeiros reclamam que eles são dispensados com justificativas rasas, sem muita explicação. Outros dizem que são informados apenas que têm parentes em outros países e isso representa um risco e ainda que eles não conseguiram checar os antecedentes de forma adequada.
Para se alistar no serviço militar americano é necessário estar legal no País, mesmo com visto de estudante. Mais de 5 mil imigrantes foram recrutados pelo programa em 2016 e cerca de 10 mil servem o Exército atualmente.
Para se tornar cidadão americano por meio do Exército, é necessário ter um comportamento impecável, não importa o tempo de serviço.
“Imigrantes integram o Exército americano desde 1775. Nós não poderíamos ter vencido a revolução sem os imigrantes e nós não vamos vencer uma guerra contra o terrorismo sem eles”, argumentou a advogada Margaret Stock.