O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF), homologou o acordo de delação premiada selado entre a Polícia Federal brasileira e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e determinou a soltura do militar, preso desde maio em conexão com as investigações relacionadas com a venda irregular de presentes recebidos por Bolsonaro no exterior.
Além do caso dos presentes, Cid também responde na investigação sobre comprovantes falsos de vacina emitidos em nome do ex-presidente e mais seis pessoas, e acusações de conspiração para a promoção de um golpe institucional em 8 de janeiro, quando o Congresso, o STF e Palácio do Planalto foram invadidos por apoiadores de Bolsonaro.
Até negociar o acordo Cid mantinha silêncio durante os interrogatórios, mas a estratégia mudou com a chegada do advogado Cezar Bittencourt à defesa. Na quarta-feira (6), Cid foi ao STF confirmar a intenção de fazer a delação. Segundo o advogado, Cid “tem muito o que falar”, e vai contar tudo que sabe sobre o governo Bolsonaro. O militar era uma espécie de faz-tudo do ex-presidente, segundo Bittencourt.
Entre outras restrições, Cid terá de usar tonozeleira eletrônica, não poderá sair de casa nos fins de semana e teve o passaporte apreendido. O militar também foi afastado de suas funções no Exército.