Estados Unidos

EUA registram número recorde de moradores de rua: cerca de 600 mil pessoas

O estudo aponta o aumento no custo de moradia e a falta de habitação disponível como as principais causas do problema, assim como a crise dos imigratória no país

Os Estados Unidos registaram o maior aumento no número de moradores de rua, informou um levantamento da WSJ. Segundo a publicação, no último ano, o contingente de pessoas sem moradia cresceu 11% no país, totalizando quase 600 mil.

Utilizando dados de 300 entidades em diferentes cidades, o WSJ estimou que 577 mil pessoas viviam em situação de rua no primeiro semestre de 2023, em comparação com 582.462 em todo o ano de 2022. O total do ano passado aumentou dramaticamente em relação aos 380.630 registados em 2021. O número de sem-teto crônico – pessoas com condição incapacitante que não têm casa há um ano ou mais – foi de 138.361 em 2022. “Espera-se que o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano publique números oficiais este ano, mas o estudo preliminar mostrou como as questões da criminalidade, do abuso de drogas e da falta de habitação exacerbaram o número de moradores de rua”, registrou a publicação.

O estudo aponta o aumento no custo de moradia e a falta de habitação disponível como as principais causas do problema, assim como a crise dos imigratória no país.
Em cidades como New York, uma média de 2.300 imigrantes provenientes da fronteira chegam semanalmente – colocando pressão sobre o sistema de habitação e forçando muitos a dormir nas ruas.

Recentemente, centenas de migrantes indocumentados acamparam durante dias fora do Roosevelt Hotel, no centro de Manhattan, enquanto não eram encaminhados a alojamentos temporários. Mas são em cidades como Oakland, Los Angeles e San Francisco, na Califórnia, que estão os maiores focos do problema.

Seneca Scott, fundador da Neighbours Together Oakland, comentou sobre as cidades da Califórnia: “Oakland e San Francisco tornaram-se a terra prometida do pão e do fentanil”, disse. “A maioria dos moradores de rua em Oakland não são daqui. Eles são turistas viciados em drogas buscando acesso fácil e seguro à entorpecentes de sua escolha — e também pela facilidade de roubar para sustentar esses hábitos, porque não existe Estado de direito”, afirmou Scott à Fox.

Em Oakland, a população sem-teto cresceu para mais de 5 mil – um aumento de 50% – desde 2015, segundo dados da cidade.

“A crise dos sem-teto ajudou a deteriorar o valor das nossas propriedades. Se combinarmos isso com a moratória de despejo e outras políticas governamentais, temos agora uma situação em que os valores dos imóveis estão caindo vertiginosamente”, completou Scott.

A crise também atormenta Los Angeles: o número de moradores de rua na cidade mais que dobrou na última década. Atualmente, há cerca de 75.518 pessoas dormindo nas ruas da conhecida Cidade dos Anjos – um aumento de 10% em comparação com o ano passado, informou a LAHSA.

Enquanto isso, San Francisco aparece como a terceira cidade da Califórnia com maior número de moradores de rua, porém, o problema diminuiu no último ano. Segundo o SFIST, a cidade baixou em 3,5% o número de pessoas em situação de rua entre 2019 e 2022, de 8.035 para 7.754.

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