O ano 2020 registrou 21.570 assassinatos em todos os EUA e já está sendo considerado um dos mais violentos da história do país.
O número de homicídios, segundo divulgou Federal Bureau of Investigation (FBI) nesta segunda-feira (27), teve um crescimento de 30% em relação a 2019. O maior salto de um ano para o outro desde 1960.
Para chegar a estes dados, o FBI consolidou informações de 15,875 agências espalhadas pelos 50 estados americanos, e constatou que o pico aconteceu em praticamente todas as grandes cidades.
New York viu aproximadamente 500 assassinatos em 2020, em comparação com 319 do ano anterior. Los Angeles contabilizou 351, contra 258 em 2019, e Chicago relatou 771 contra aproximadamente 500 em 2019.
Por outro lado, crimes como roubo e estupro caíram 9,3 e 12 por cento, respectivamente.
Uma das hipóteses que está sendo considerada pelas autoridades para explicar o acréscimo nas mortes violentas é a disparada na venda de armas de fogo, que foi a causa de 77% dos homicídios pesquisados pelo FBI.
Desde o início da pandemia, em março passado, vendedores relataram uma explosão na procura por armamentos e munições, com lojas lotadas e estoques insuficientes para atender à demanda.
A própria pandemia de covid-19 e os os impactos das grandes manifestações contra a violência policial após a morte de George Floyd também são apontadas.
Para o próximo ano, o FBI anunciou que trará ainda mais dados dos departamentos de polícia para ajudar a traçar um panorama mais claro sobre os homicídios no país.
A agência declarou que irá esclarecer detalhes sobre os crimes cometidos, incluindo informações sobre a relação entre os infratores e as vítimas. A expectativa é de que isso ajude na elaboração de políticas de controle e enfrentamento da situação.
Embora o aumento anual relatado tenha sido dramático, o número total de homicídios no ano passado – 21.570 – não ultrapassou alguns totais impressionantes no início da década de 1990, incluindo os quase 25 mil assassinatos em 1991.
A modo de comparação, houve 6,5 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes em 2020 nos EUA, contra 35 no México, 27 no Brasil, 8 na Rússia, 1 na França e na Alemanha em 2018, segundo os últimos dados do Banco Mundial.