Representantes do governo Biden desembarcaram na Venezuela no sábado (5), com o objetivo de negociar a flexibilização de sanções econômicas impostas pelos EUA ao país de Maduro, e isolar a Rússia de seu principal aliado na América do Sul. Washington e Caracas romperam relações comerciais em 2019, quando o ex-presidente Donald Trump reconheceu o deputado Juan Guaidó como líder interino do país, em oposição ao regime de Nicolás Maduro. A tentativa de reaproximação com a Venezuela acontece em meio a maior alta no preço do barril de petróleo da década, em consequência da guerra na Ucrânia. Como forma de retaliar a Rússia pela invasão ao território vizinho, EUA e países da União Europeia estudam suspender a compra de óleo e gás de Putin. Até agora, essas commodities ficaram de fora das sanções e permanecem como umas das últimas opções contra o país.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (7), a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Biden ainda não decidiu sobre proibir importações do petróleo russo, e culpou Vladimir Putin pela disparada de preços. “Biden fará tudo para reduzir o impacto nos cidadãos, inclusive a gasolina, mas Putin invadiu um país soberano e há repercussões no mercado”, falou Psaki. Segundo ela, a delegação americana na Venezuela está em busca alternativas de fornecimento de petróleo, já que atualmente os norte-americanos dependem da Rússia. Atrás dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita, a Rússia é o maior exportador de petróleo do mundo com produção estimada em 11% do mercado mundial, ou 10 milhões de barris por dia. Analistas do Bank Of America previram que, se houver um boicote às importações da Rússia, podem faltar 5 milhões de barris de petróleo diariamente no mercado internacional, e o preço chegaria fácil a 200 dólares.
Ainda não se sabe os resultados da reunião entre os governos de Biden e Maduro, mas o presidente da Venezuela expressou “forte apoio” ao mandatário russo, durante uma conversa por telefone entre os dois, seis dias após a invasão russa da Ucrânia.