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EUA querem ‘aliança’ com Brasil sobre álcool, diz jornal

Nos próximos meses, os Estados Unidos proporão uma “parceria estratégica” com o Brasil para expandir a utilização de álcool e biocombustíveis no continente, reporta nesta segunda-feira o diário Miami Herald.

“A idéia é estudar a viabilidade de introduzir álcool em países (do hemisfério), e identificar áreas onde o setor privado poderia investir mais. Outras nações interessadas poderiam se juntar (à iniciativa). O governo dos Estados Unidos entrará com recursos, e o Brasil, possivelmente, também. Espera-se que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também participem”, diz o diário.

Com a iniciativa, Washington espera “não apenas aumentar a segurança energética e gerar mais empregos nas áreas rurais dos países pobres, mas também impulsionar a boa vontade em relação aos Estados Unidos”, afirma o diário, citando “fontes familiares com as negociações”.

Na área política, o maior fruto da negociação comercial poderia ser uma contenção da influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez, no continente, “através do fomento de combustíveis alternativos” ao petróleo venezuelano. Essa leitura, contudo, é rejeitada pelas autoridades na capital americana, diz o Miami Herald.

De acordo com o jornal, o subsecretário de Estado americano para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, tratará da parceria em uma visita ao Brasil e à Argentina na próxima semana. A matéria afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia visitar Washington para um evento formal de assinatura.

Mais álcool

As exportações brasileiras de álcool combustível devem alcançar US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 2,85 bilhões) até 2010, o dobro do valor vendido ao exterior em 2005.

A previsão, feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Londres, foi publicada na edição desta segunda-feira do jornal britânico The Times.

De volta do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, Mantega fez na semana passada uma parada na capital britânica, para conversar com autoridades do país. Os britânicos, segundo o Times, ficaram interessados no programa brasileiro de álcool combustível, mais “limpo” que a gasolina.

No momento em que os países buscam alternativas para reduzir as emissões na atmosfera dos gases que causam o efeito estufa, o Times diz que o Brasil tem “um desafio e uma oportunidade”: por um lado, é pioneiro na produção e utilização de combustíveis ambientalmente menos nocivos; por outro, é o país com maior taxa de desflorestamento, que reduz a capacidade do planeta de “filtrar” o gás carbônico.

‘Natureza devastada’

Em matéria especial sobre o desflorestamento da Amazônia, a correspondente do jornal argentino Clarín diz ter visto no local uma “natureza devastada”.

“Na lancha que se desloca pelas águas do (rio) Juma, reina um silêncio acolhedor. A selva amazônica se revela como uma gigantesca catedral gótica. Mas antes de chegar às margens, a magia se desvanece. Os estrondos da atividade humana apagam os ruídos da natureza.”

Ao longo da matéria, a correspondente descreve como a atividade e os conflitos entre garimpeiros, pecuaristas, grileiros, posseiros e povos nativos causaram, nos últimos 35 anos, o desflorestamento de uma área equivalente à França.

Os efeitos do deflorestamento – apontado como uma das causas do aquecimento global – serão sentidos regionalmente, diz o jornal. Uma das conseqüências poderia ser a elevação da temperatura, a redução das chuvas e a extinção do cultivo da soja, ironicamente uma das atividades que mais toma as áreas devastadas da floresta.

Fuga de cérebros

Nem o governo dos Estados Unidos, o mais poderoso do mundo, atrai jovens talentosos para atividades no serviço público, sugere matéria do britânico Financial Times.

Em 1979, três em cada quatro graduados da Escola de Serviços Públicos da Universidade de Columbia – uma das mais prestigiadas do país – foram trabalhar na administração federal. Hoje, apenas um de cada quatro faz essa opção, reporta o FT.

A diretora de um centro da Universidade de Princeton disse ao jornal que os estudantes estão preferindo assumir postos mais empreendedores – e com mais possibilidades de remuneração – no setor privado e no terceiro setor.

Outras fontes afirmaram que o governo já estuda mudar os contratos, oferecendo mais benefícios de saúde e melhores programas de perdão de dívidas estudantis.

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