O Centers for Disease Control (CDC) dos Estados Unidos notificou os governadores dos 50 estados e de cinco grandes cidades – Nova Iorque, Filadélfia, Chicago, Houston e San Antonio – de que a vacina contra a covid-19 deve ser distribuída em novembro.
De acordo com o plano inicial de imunização baseado em três documentos obtidos pelo jornal “The New York Times” na quarta-feira (2), o medicamento será administrado primeiramente em profissionais de saúde e grupos de maior risco entre o final de outubro e o início do mês seguinte.
“Doses limitadas da vacina podem estar disponíveis no início de novembro de 2020, mas o fornecimento aumentará substancialmente em 2021”, diz um dos documentos.
O CDC não detalhou qual deve ser o fornecedor das primeiras doses da vacina, mas emitiu recomendações sobre como armazenar e organizar a distribuição do medicamento nos estados, bem como as populações prioritárias para recebê-las.
Para serem aplicadas em humanos, as vacinas devem ser aprovadas de forma emergencial pela Food and Drug Administration (FDA).
No primeiro cenário, estima-se que cerca de 2 milhões de doses estarão disponíveis já no fim de outubro, e entre 10 e 20 milhões até o fim de novembro.
Vacinas testadas pelos EUA
Os EUA têm duas vacinas nas fases finais de testes. Uma delas é a do laboratório Pfizer em parceria com a empresa alemã Biontech. Eles anunciaram em julho que os EUA concordaram em pagar $1,95 bilhão para garantir 100 milhões de doses.
A quantidade reservada pelos EUA se refere a todo o potencial de fabricação das empresas em 2020.
Além da vacina da Pfizer/Biontech, os EUA apostam no projeto de vacina do laboratório Moderna, no qual colocou quase meio bilhão de dólares. A vacina da Moderna foi batizada de “mRNA-1273”. Assim como a concorrente Pfizer, ela está na última fase de testes e pertence à categoria das vacinas que usam o material genético do próprio vírus (mRNA) para estimular a defesa do corpo.
Troféu político
Apesar de animador, o aviso da provável vacina apenas dois dias antes das eleições presidenciais despertou o temor de que a corrida pelo antígeno está ganhando ainda mais tons políticos e deixando o rigor científico de lado.
No início de agosto, o presidente Donald Trump disse que era possível a liberação de uma vacina contra o coronavírus antes das eleições de novembro, previsão muito mais otimista do que o cronograma que estava sendo apresentado pelos próprios especialistas em saúde da Casa Branca.
Questionado por jornalistas durante uma coletiva de imprensa realizada no início de agosto na Casa Branca, Trump disse que uma vacina poderia estar pronta “antes do final do ano”.
“Antes de 3 de novembro?”, perguntaram questionaram os jornalistas.
“Eu acho que em alguns casos, sim, seria possível antes, mas mais ou menos nesta época”, disse Trump.
Os EUA são o país mais afetado pela pandemia de covid-19 no mundo – mais de 6 milhões de americanos foram contaminados e pelo menos 185 mil morreram.