Eles acreditam não ser justo o país ter cidadãos de segunda classe
DA REDAÇÃO COM AP — Líderes evangélicos disseram nesta segunda-feira (18) que apoiarão a criação de um mecanismo para obter a cidadania dentro de uma nova lei de imigração. Esta é primeira vez que tomam esta posição em uma questão que provoca tantas divisões.
Jim Wallis, titular do grupo cristão Sojourners, de apoio à justiça social, explicou que a decisão responde a uma “mudança profunda” na comunidade evangélica. Acrescentou que os líderes evangélicos chegaram à conclusão de que “não deveria haver imagens de Deus de segunda classe e, portanto, não acreditamos em um status de segunda classe para as pessoas dispostas a obter este caminho para a cidadania”.
Sojourners integra uma coalizão de grupos evangélicos chamada Mesa Evangélica de Imigração que promoveu uma reforma para conferir legalidade a 11 milhões de imigrantes em situação ilegal. Até agora, os grupos não haviam apoiado explicitamente a cidadania, mas disseram à imprensa ter chegado à conclusão de que é adequado apoiar a cidadania em sua condição de líderes religiosos.
É um passo que talvez vá muito além do apoio que deram alguns membros de congregações, particularmente aqueles que são mais conservadores politicamente, mas os líderes insistem que o tema é visto da perspectiva da Biblia de dar as boas-vindas aos estrangeiros, daí este surpreendente acordo.
A legalização, sem incluir a cidadania, “não confere àquele que a recebe a totalidade da graça e a redenção de Deus”, disse Robert Gittelson, diretor dos Conservadores para uma Reforma Imigratória Completa.
O anúncio foi feito enquanto um grupo de senadores republicanos e democratas trabalham em uma reforma imigratória que pretendem divulgar em abril e que criaria um mecanismo para obter a cidadania e também fortaleceria a segurança da fronteira, instalaria novos parâmetros para evitar a contratação de pessoas que não realizem os devidos trâmites imigratórios e melhoraria a imigração autorizada. O destino do projeto é incerto, em especial na Câmara de Deputados, onde os republicanos são maioria, e os líderes religiosos disseram que farão lobby a favor de sua aprovação.
Tudo isto faz parte de um papel cada vez mais relevante que estão tendo os evangélicos à medida que avança o debate imigratório. Há pouco tempo se reuniram com o presidente Barack Obama para falar sobre o tema e na semana passada começaram a transmitir anúncios por rádio sobre imigração na Carolina do Sul, onde o senador republicano Lindsey Graham, um dos legisladores que trabalha na proposta da reforma imigratória, tenta reeleger-se