Especialistas apontam movimento como diversificação de negócios a fim de fugir de economia em recessão; procura por negócios nos EUA cresceu 70% em um ano
DA REDAÇÃO (com Estadão) – O Brasil em crise econômico, cenário agravado pelo universo político turbulento, tem acelerado os planos de expansão de muitas empresas brasileiras no exterior, aponta reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Com o real desvalorizado, muitas companhias vêm buscando ampliar exportações. Boa parte também tem se arriscado a abrir subsidiárias em outros países – como forma de diversificar receita e reduzir a dependência do mercado interno.
Segundo especialistas ouvidos pelo jornal, o fluxo maior de expansão no exterior é para os Estados Unidos (o que apenas reafirmar o maior potencial do mercado consumidor americano).
As consultas para investir nos EUA saltaram 70% no ano passado, chegando a 7,6 mil, de acordo com a Câmara Americana de Comércio (Amcham), com base em downloads baixados no site da Amcham por interessados em fazer negócio nos EUA.
O mesmo movimento, um pouco mais contido, foi observado para o Reino Unido. No mesmo período, houve acréscimo de 30% em consultas para investir na região, segundo a agência britânica de comércio e investimentos (UKTI), que conta com 82 empresas brasileiras, de diferentes portes, e espera crescimento de 20% este ano.
“Há uma tendência geral em momentos de crise: empresas tentam diversificar sua receita e buscam outros mercados”, disse ao Estadão Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior, à frente da consultoria Barral MJorge. Barral, que faz consultorias para agências governamentais e empresas, vê um forte movimento de companhias que buscam oportunidades nos EUA e no mercado europeu. “Na Europa, a Inglaterra torna-se principal opção, por sua forte referência como centro financeiro global e porta de entrada para os países europeus, mais protecionistas.”
Um exemplo de empresa brasileira que fez seu processo de internacionalização com sucesso é a Bauducco. Recente reportagem veiculada no site do Estadão mostra que a empresa é hoje a líder no mercado americano de panetones, tendo sido a responsável por 57% das vendas do produto no país em 2015. A empresa, de gestão familiar, é vista no mundo dos negócios como um joia e tem valor estimado em mais de $1 bilhão.