As Forças Armadas dos Estados Unidos derrubaram, no sábado (4), o balão chinês suspeito de espionagem que sobrevoava o território americano desde quinta-feira (2). A ação causou reação do Ministério das Relações Exteriores da China, que afirmou que o país “exagerou e violou práticas internacionais” ao abater o equipamento e expressou “forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas”. Em comunicado publicado na página oficial do governo de Pequim, o país admitiu a possibilidade de retaliação, dizendo que “reserva-se ao direito de tomar outras reações necessárias”.
Desde sua entrada em território americano, o balão vinha sendo monitorado por autoridades locais que esperaram o equipamento chegar ao oceano para colocar em prática a operação de derrubada. O balão foi abatido quando voava a 60 mil pés sobre o Atlântico Norte e os destroços caíram perto de Myrtle Beach, na Carolina do Sul. Os voos em três aeroportos da Carolina do Sul e do Norte foram cancelados no sábado durante a ação de defesa nacional.
Em coletiva de imprensa, autoridades de defesa dos EUA disseram que estavam trabalhando com o FBI para recuperar o máximo possível de detritos do balão, incluindo qualquer equipamento que estivesse a bordo e “qualquer material de valor de inteligência”.
O episódio do balão desencadeou uma crise diplomática entre os dois países, com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelando a viagem que faria à China esta semana devido ao que classificou como “ato irresponsável” do país comandado por Xi Jinping. As autoridades chinesas negaram que se trate de uma aeronave de espionagem, afirmando que o balão era um dispositivo com fins meteorológicos que se perdeu.
Balões são uma das formas mais antigas de tecnologia de vigilância, usados por militares japoneses para bombardear os EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Eles também foram amplamente utilizados pelos governos americanos e soviéticos durante a Guerra Fria.