O governo Trump anunciou o congelamento de 2,2 bilhões de dólares em repasses para Harvard, alegando que a universidade se recusou a implementar mudanças exigidas em suas políticas internas. A decisão veio após a escola afirmar publicamente que não aceitaria as condições impostas, como o fim de programas de diversidade, proibição de máscaras em protestos no campus e mudanças em contratações e admissões com base apenas em mérito.
O presidente interino de Harvard, Alan Garber, disse que a instituição não abrirá mão de sua independência acadêmica nem de seus direitos constitucionais. Em nota, ele declarou que “nenhum governo — seja qual for o partido — deve ditar o que universidades privadas ensinam, quem elas contratam ou quais áreas de estudo devem priorizar”. A universidade também destacou o impacto negativo que o corte pode ter na saúde pública e na economia.
O caso já virou disputa judicial: professores, com apoio da American Association of University Professors, entraram com um processo contra o governo federal e pediram uma liminar para impedir o corte de verbas. Segundo a ação, a medida é inconstitucional e representa uma tentativa autoritária de censura por parte do governo. Nikolas Bowie, professor de direito em Harvard, foi direto: “Isso é uma violação clara da Primeira Emenda”.
Além de Harvard, outras instituições como Columbia, Cornell e Northwestern também foram afetadas por cortes semelhantes. O movimento é parte de uma ofensiva do governo para pressionar universidades após críticas relacionadas à guerra em Gaza e a políticas de inclusão.