O governo já recebeu cerca de 72.000 petições neste sentido
Da redação com agência EFE – Menos de dois meses antes da eleição presidencial na qual os dois partidos lutam pelo importante voto hispânico, o governo de Barack Obama aprovou a primeira leva de solicitações de jovens na terça-feira (11) que tentam evitar a deportação e conseguir permissões de trabalho.
O Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês) informou que um pequeno número de solicitações recebeu luz verde e que os beneficiários serão notificados esta semana sobre a decisão. O órgão não determinou quantas petições foram aprovadas.
A primeira leva de aprovações chega alguns meses antes dos próprios cálculos do DHS sobre o tempo que demoraria o processo das solicitações de inscrição no programa de Deferred Action e ocorre a menos de 60 dias das eleições de 6 de novembro.
De acordo com um documento interno do DHS obtido pela The Associated Press, o Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS, na sigla em inglês) do órgão havia calculado que a conclusão do processo de cada solicitação demoraria vários meses.
“Após uma revisão cabal e individualizada dos casos, o USCIS começou a notificar os interessados sobre a decisão relativa às suas solicitações de deferred action”, destacou o porta-voz do DHS, Peter Boogaard, em um comunicado. Ele revelou que cerca de 72.000 solicitações foram recebidas desde 15 de agosto, quando começou o programa.
O presidente Barack Obama e a secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, anunciaram em 15 de junho que os jovens que chegaram aos Estados Unidos de maneira irregular antes dos 16 anos, tenham 30 anos ou menos, tenham concluído a secundária ou tenham prestado serviço nas forças armadas podem solicitar que não sejam deportados até por dois anos e conseguir uma permissão de trabalho. Os interessados tampouco deverão ter antecedentes penais graves.
A mudança de política ocorreu meses antes do arranque formal de uma disputada contenda presidencial. Obama considera importante cortejar o voto dos latinos em sua tentativa de conseguir a reeleição.
O plano para deter as deportações de pelo menos 1,7 milhão de imigrantes sem permissão para estar no país assemelha-se à iniciativa do projeto de lei DREAM, que teria aplainado o caminho para a legalização de muitos dos mesmos jovens que serão beneficiados pela política de deferred action do governo. A nova política não concede legalização da condição imigratória das pessoas, mas adia as deportações.