Desde que foi anunciada trégua política entre os dois países, aumentou em 117% o número de cubanos que tentam chegar aos EUA
Refugiados cubanos tentam chegar a Miami
DA REDAÇÃO – Em comunicado divulgado a segunda-feira (6), o Departamento de Estado americano deixou claro que não planeja modificar sua política migratória em relação a Cuba. “A administração não tem planos para alterar sua política migratória atual, incluindo a Lei de Ajuste Cubano”, destacou o Departamento de Estado em um comunicado.
Aprovada em novembro de 1966, a Lei de Ajuste Cubano outorga ao Procurador Geral o poder de conceder visto permanente nos Estados Unidos a cidadãos cubanos uma vez que entram em território americano. Mediante esta lei, os imigrantes cubanos, com ou sem visto, podem conseguir emprego e obter a residência permanente em um ano.
De acordo com a nota divulgada nesta segunda-feira, os Estados Unidos apoiam uma “migração segura, legal e ordenada” desde Cuba e “completa implementação dos acordos migratórios vigentes”.
O Departamento de Estado lembrou que são reconhecidas atualmente 12 categorias de autorizações para viajar a Cuba, e que o Departamento do Tesouro “continuará administrando as regulações para proporcionar licenças gerais” para estas viagens.
Ambos os governos anunciaram na última quarta-feira a decisão de restabelecer as relações diplomáticas depois de meio-século de ruptura, assim como a reabertura das suas respectivas embaixadas.
“Normalizar essas relações é um processo longo e completou, que requer interação contínua e diálogo entre os dois governos, baseado no respeito mútuo. Haverá áreas de cooperação com os cubanos, e ainda continuaremos tendo nossas diferenças”, resumiu o comunicado.
Cubanos resgatados
Um grupo de 12 cubanos foi resgatado quando a embarcação artesanal em que viajavam se encontrava à deriva em frente à costa de Yucatán (leste do México), informaram as autoridades locais na segunda-feira (6).
Os cubanos foram encontrados a 119 milhas náuticas do porto de Progeso, receberam atendimento médico e foram auxiliados com água e alimentos, antes de serem entregues a agentes do Instituto Nacional de Migração, informou um comunicado da secretaria da Marinha do México. A balsa de fabricação caseira foi avistada no domingo pelo navio pesqueiro “TIGRE III”.
Muitos cubanos viajam em condições às vezes precárias com a esperança de chegar à costas mexicana, aonde tentam ingressar de forma ilegal, com objetivo de entrar mais tarde nos Estados Unidos.
De acordo com a política chamada “pés secos/pés molhados”, as autoridades americanas outorgam a residência aos cubanos que entram em seu território por terra, mas deportam aqueles que são capturados no mar.
O número de ‘balseros’ disparou desde que Havana e Washington anunciaram em dezembro a retomada das relações diplomáticas, depois de meio século de ruptura.
Apenas em dezembro, 481 cubanos foram capturados no mar ou chegaram às costas dos Estados Unidos, um aumento de 117% em relação ao mesmo mês, em 2013.