O Department of Homeland and Security (DHS) divulgou um comunicado nesta quarta-feira (27), por meio do National Terrorism Advisory, alertando as autoridades locais sobre “um ambiente de potencial violência nos EUA, motivado por sentimentos antigovernamentais após a eleição do presidente Joe Biden”.
O departamento não citou nenhum evento específico, mas sugeriu que a rebelião de 6 de janeiro no Capitólio pode encorajar extremistas a outros ataques.
O documento destaca a possibilidade de crimes motivados por ódio racial ou étnico, como o que ocorreu contra imigrantes hispânicos em El Paso, Texas, em 2019, deixando 22 mortos.
A declaração do DHS também observa que “alguns extremistas violentos com motivação ideológica e objeções à transição presidencial, bem como outras queixas alimentadas por falsas narrativas, podem continuar a se mobilizar para incitar ou cometer violência”.
Bennie Thompson, deputado Democrata do Mississippi e presidente do House Homeland Security Committee disse que “o ataque ao Capitólio no início deste mês iluminou uma ameaça que esteve bem na nossa frente por anos”.
Mais de 150 pessoas foram acusadas pelas autoridades federais, incluindo algumas com ligações a grupos extremistas de direita, como os Oath Keepers, Proud Boys e Three Percenters.
O U.S. Justice Department informou nesta quarta-feira que Ian Rogers, de 43 anos, ligado ao Three Percenters, foi encontrado com cinco bombas escondidas em seu estabelecimento em Napa Valley, na Califórnia.
O ex-secretário do DHS Michael Chertoff, que serviu no governo do presidente George W. Bush, disse que os ataques domésticos da extrema direita não são novos, e que as mortes atribuídas a eles nos últimos anos nos EUA excederam as ligadas a grupos jihadistas como a Al Qaeda. “Temos que ser francos e enfrentar qual é o risco real”, disse Chertoff em uma teleconferência com repórteres.
O alerta de terrorismo fica em vigor até o dia 30 de abril.