DA REDAÇÃO – Nunca se falou tanto em armas como depois do massacre da escola de Parkland – quando no último dia 14, 17 pessoas foram mortas por um ex-aluno armado com um fuzil AR-15 – . Apesar de o debate sobre as políticas de armas ser tão antigo e presente na cultura americana quanto as armas, desta vez, os jovens assumiram a liderança do movimento. No Sul da Flórida e em Washington D.C., os jovens resolveram colocar a cara para bater e engrossar um movimento, que muitas vezes, é ignorado pelas autoridades.
Alunos da Marjory Stoneman Douglas High School encheram dois ônibus e seguiram rumo à sede do governo da Flórida em Tallahassee; outros se deitaram diante da Casa Branca pedindo um basta. Em Boca Raton, Coral Springs e em outras cidades vizinhas à escola, os estudantes marcharam a pé e ganharam a atenção da mídia.
Se todo o movimento terá resultado, ainda não se sabe, já que o lobby da indústria de armas – a National Rifle Association (NRA) – é muito grande e há muito dinheiro envolvido. Mas o recado foi dado.
O presidente Trump, o senador republicano Marco Rubio, entre outros políticos, estiveram frente a frente com esses estudantes, vítimas desse ataque e de muitos outros.
A visível determinação desses jovens de não aceitar a realidade – em que é simples comprar um rifle AR-15 nos EUA – e as acusações de cumplicidade feitas aos políticos e às gerações mais velhas e a simplicidade contundente do argumento principal deles, de que eles deveriam ser protegidos, tudo isso atingiu a televisão e as redes sociais, tornando impossível que não fossem ouvidos.
“O que é diferente desta vez é que os adolescentes que sobreviveram ao ataque colocaram uma face humana nele, e eles estão abordando o assunto com a superioridade moral e a energia típicas dos jovens”, avalia David Meyer, que estuda movimentos sociais na Universidade da Califórnia, em Irvine.